Em uma audiência articulada pelo deputado estadual
Elton Weber (PSB), coordenador da Frente Parlamentar da Vitivinicultura e Fruticultura
da Assembleia Legislativa, o setor vitivinícola gaúcho reivindicou ao
governador Eduardo Leite a retomada do convênio do Estado com o Instituto
Brasileiro do Vinho (Ibravin), criado a partir da Lei N.º 10.989/1997, que
instituiu o Fundo de Desenvolvimento da Vitivinicultura do Rio Grande do Sul
(Fundovitis) com o objetivo de implementar ações complementares à Política
Vitivinícola do Rio Grande do Sul.
Desde a descontinuidade da parceria
entre Ibravin e Secretaria de Agricultura, em 2019, foram interrompidos
diversos projetos, programas e ações, como o Programa de Promoção das
Exportações de Sucos e Vinhos sob a marca Wines of Brazil. Os participantes
alertaram o governador que a suspensão traz prejuízos a todos já que o Ibravin
tinha papel fundamental na organização e planejamento dos setores da uva e do
vinho.
Os representantes de entidades
ponderaram que em 20 anos de atividades, o Instituto serviu de case de sucesso
para outros segmentos pela forma como aglutinava os elos da cadeia produtiva
composta por produtores de uvas, indústrias e cooperativas vinícolas. E
acrescentaram que o instituto trabalhou no fortalecimento setorial, no
alinhamento estratégico e ampliou as relações com governos e instituições
estaduais, nacionais e até internacionais.
O deputado Elton Weber avaliou o
encontro como positivo já que o governador demonstrou compreensão sobre a
situação e marcou uma reunião técnica com secretários do governo para 4 de
março com o objetivo encontrar caminhos possíveis. "Nós temos como
prioridade resolver essa questão, discutir como podemos retomar o trabalho
realizado até então pelo Ibravin”.
Coordenador da Comissão Interestadual
da Uva, Cedenir Postal, relatou dificuldades enfrentadas pelos produtores com a
desestruturação do Instituto. "Hoje não se tem nenhum amparo em caso de
dificuldades. Não temos planejamento e perspectiva futura. Não temos mais uma
entidade que agregue todos os atores. Há duas semanas, fomos procurados por
produtores de uva com dificuldade na venda e tentamos, sem sucesso, uma reunião
com a indústria. Isso era articulado pelo Ibravin".
Presidente da Fecovinho, Alceu
Dallemole chamou a atenção para o atual retrocesso. "Estamos na situação
que estávamos há 20 anos, antes do Ibravin. Quando vamos exportar, temos que
mandar as amostras para análise em São Paulo porque o nosso laboratório não
funciona. Isso traz enormes prejuízos. Tínhamos um ordenamento, tínhamos
previsibilidade, hoje estamos num voo cego, infelizmente. Vamos torcer para que
se encontre um denominador comum".
Já Márcio Ferrari, atual presidente
do Ibravin, disse que o Instituto fez todas prestações de contas até 2018, sem
nunca ter sido notificado pelo Estado sobre apontamentos. Representando a
Farsul, Valmir Susin acrescentou que o Conselho sequer teve a oportunidade de
responder aos questionamentos. O secretário da Agricultura, Covatti Filho,
afirmou que, em tese, o Laren, hoje sob a batuta do Estado, está funcionando
normalmente. "O Ibravin é uma referência internacional, precisamos achar
um caminho para resolver esta situação e retomar o convênio o mais rapidamente
possível", sintetizou o presidente da Fetag, Carlos Joel da
Silva.
Participantes Presenciais:- Secretário da
Fazenda, Marco Aurelio;- Secretário Adjunto do Desenvolvimento, Carlos
Guilherme Petrucci; - Procurador-Geral, Eduardo Cunha da Costa; -
Deputado Estadual, Elton Weber.
Participantes Virtuais: - Deputado
Carlos Búrigo- Secretário da Agricultura, Covatti Filho;- Subsecretário da
Receita Estadual, Eduardo Jaeger;- Subsecretário do Tesouro, Bruno Jatene;-
Procurador-Geral adjunto para assuntos jurídicos, Victor Herzer da Silva;-
IBRAVIN – Márcio Ferrari;- FETAG RS – Carlos Joel da Silva e Eugênio Zanetti;-
FARSUL –Valmir Susin;- FECOVINHO – Alceu Dallemole;- COMISSÃO INTERESTADUAL DA
UVA – Cedenir Postal.
Fonte: Patrícia Meira Cardoso