8 de março: heroínas na pandemia

08/03/2021 (Atualizado em 08/03/2021 | 16:29)

Foto: Divulgação/Assessoria de Comunicação Franciane Bayer
Foto: Divulgação/Assessoria de Comunicação Franciane Bayer

Mãe, professora, trabalhadora, dona de casa, esposa, amiga. Amiga de si mesma, não é possível baixar a guarda pois, para sermos tudo isso, temos que ter a plena consciência de nos cuidar. Ser mulher nunca foi fácil e a nossa trajetória sempre foi recheada de lutas e provações. Não apenas para os outros mas, principalmente, para nós mesmas. Desafio a grande maioria das mulheres a questionar se todo os dias, ou em grande parte deles, não levantamos pela manhã com a dúvida se daremos conta de vencer o dia. 

Veio a pandemia e a rotina já atarefada da mulher se agravou. Viramos professoras de nossos filhos, tivemos que conciliar o lar e o trabalho em casa. E o tempo, já sabido que tem pressa, correu ainda mais. Aí veio o aumento da violência doméstica, o desemprego contribuindo com as distorções salariais, a preocupação diante da impossibilidade, em especial das chefes de família, de manterem o distanciamento social, afinal é preciso garantir o pão na mesa. É claro que esses não são problemas exclusivos das mulheres, mas com certeza a Covid -19 trouxe ainda mais à tona as questões relacionadas às desigualdades que enfrentamos em nossas vidas.

Sim, somos heroínas e sempre fomos. Mesmo quando saímos à luta na segunda linha da largada. Então chega o Dia Internacional da Mulher e todos se colocam a refletir, mas os números continuam os mesmos ou pioraram. Quando começou o isolamento social, a ONU Mulheres lançou um alerta mundial, advertindo sobre como a pandemia e o isolamento social poderiam afetar as mulheres, seja por meio da sobrecarga de trabalho ou pelo incremento da violência ou, ainda, pela diminuição do acesso a serviços de atendimento e apoio. De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE e divulgada no segundo semestre de 2020, cerca de 7 milhões de mulheres deixaram seus postos de trabalho no início da pandemia, 2 milhões a mais que o número de homens na mesma situação.

Diante de tantas dificuldades, além das cobranças impostas pela sociedade e por nós mesmas para não negligenciarmos com a própria saúde e aparência, o que fazer para manter a saúde física e mental? Este é o grande desafio que temos pela frente. Uma das alternativas e que cabe somente a nós é não nos cobrarmos tanto e entendermos que diante deste cenário incerto dos dias atuais, não daremos conta de tudo sempre. E está tudo bem. Seguiremos heroínas no Dia Internacional da Mulher e em todos os outros também.

Por Franciane Bayer, deputada estadual

Fonte: