“Ninguém tomará decisão antes de 2018”, pondera Beto sobre candidatura à Presidência

13/02/2017 (Atualizado em 13/02/2017 | 19:12)

Beto Albuquerque é presidente do PSB/RS
Beto Albuquerque é presidente do PSB/RS

Político passo-fundense já teve seu nome associado a uma possível candidatura por mais de uma vez, mas reitera que o cenário ainda será amplamente discutido, inclusive, sobre a disputa ao Piratini


O último pleito ainda é fato recente, entretanto, a precocidade da política já coloca em evidência referências às eleições de 2018. Um ano e meio antes, eventualmente, já vêm à tona suposições de nomes que poderão disputar a Presidência da República, principalmente, em função do cenário político nacional marcado pela instabilidade constante. Dentre essas cogitações, o passo-fundense Beto Albuquerque (PSB) já teve seu nome associado a uma possível candidatura por mais de uma vez. Ele, porém, diz que as decisões efetivas somente serão tomadas em 2018, mas pondera que “já é hora de começar a abrir as conversas e trocar ideias”.

Com ampla carreira como legislador, incluindo na Assembleia e na Câmara Federal, o vice-presidente do PSB nacional e presidente estadual da sigla já disputou o Planalto em 2014, como candidato a vice ao lado de Marina Silva – compromisso assumido após a morte do então candidato a presidência, Eduardo Campos, em acidente aéreo. Conforme analisa Beto, seus 54 anos de idade, sendo trinta de militância política, exigem que novas responsabilidades sejam assumidas e, mesmo reiterando que qualquer decisão ainda é precipitada, não descarta a disputa à presidente e nem a governador do Estado. Sua grande bandeira, demonstra, é que o PSB tenha um candidato a líder do país. “Primeiro, porque 2018 representa o fim de um ciclo político e o início de outro, onde esta geração política, a qual pertenço, terá ainda mais responsabilidades, porque a velha geração já está num processo de esgotamento com a sociedade. A nova geração e esta intermediária, que já represento no país, terá uma oportunidade grande. Quando se inicia um ciclo novo, a exemplo de 1989, quando tivemos 22 candidatos à Presidência da República, a obrigação dos partidos não é ficar se misturando, mas apresentar suas próprias ideias, seus próprios candidatos. Sou defensor de que o PSB tenha candidato a presidente e se uma responsabilidade dessa me fosse dada, não teria qualquer receio de enfrentá-la, mas, obviamente, no nosso cenário futuro, a questão do Governo do Estado é posto na mesa e precisa ser refletida”, associa, reafirmando que não há nenhuma definição, pois as discussões estão apenas começando. “Ninguém tomará decisão antes de 2018”, projeta.

Sobre a opção de concorrer ao governo do Estado, esclarece que existe essa possibilidade, no entanto, a escolha também depende de futuras análises, “não só com o partido, porque ninguém governa sozinho. Essa geração política a qual pertenço, que vem dos anos 80 e 90, têm muita responsabilidade com o país e estado e há muitas lideranças nessa geração que podem exercer papéis muito importantes nas disputas estaduais e nacional”, complementa.

O que esperar de 2018...

Voltando a relacionar o futuro com o passado, Beto Albuquerque diz crer que o quadro de candidatos deverá ser renovado nas próximas eleições e é taxativo:“Acho que todos os candidatos tradicionais vão perder a eleição em 2018”. “Acho que será uma eleição parecida com o que vivemos em 1989, quando todos os partidos grandes tiveram candidatos, mas acabaram passando para o 2º turno duas candidaturas de partidos com estruturas, ainda, muito pequenas. Um que nem existia antes que era o de [Fernando] Collor, o PRN, e o PT de Lula, que recém iniciava sua caminhada”, enalteceu, lembrando de nomes que concorreram na ocasião, entre eles, Ulysses Guimarães (PMDB), Mario Covas (PSDB), Leonel Brizola (PDT), Afonso Camargo (PTB) e Ronaldo Caiado (PSD). “Ou seja, as legendas mais tradicionais, naquele novo ciclo político que se instalou em 1990, ficaram para trás e acho que a sociedade brasileira tem uma grande responsabilidade e não ficará aguardando os políticos e os partidos escolherem em quem eles têm que votar. O povo vai ir atrás de novas figuras e pensamentos políticos, é o que eu espero, porque sem fazer rompimentos, não se faz mudanças. Apostando só nas mesmas coisas, sempre teremos os mesmos resultados”.

A renovação também é apontada pelo passo-fundense como um meio de renovar a crença da população em relação aos políticos. “Se os partidos ficarem oferecendo sempre os mesmos e velhos nomes para governar o país ou Estado, essa crença não surge. Agora, se forem capazes de verem que está encerrando um ciclo político e podemos apresentar novas ideias, poderemos construir juntos as esperanças. Não é o político que faz nascer as esperanças novas, é o povo que é capaz disso, a partir de suas escolhas”, considera.

Agenda de debates

Não deve demorar muito para o líder partidário começar um “giro”, como o próprio identifica, pelo Estado e pelo Brasil com o intuito de estimular o debate referente às eleições de 2018. Conforme adiantou, a intenção é, inclusive, realizar evento com esse mote em Passo Fundo já no mês de março.

“O povo vai ir atrás de novas figuras e pensamentos políticos, é o que eu espero, porque sem fazer rompimentos, não se faz mudanças”, concluiu Beto Albuquerque.

 

*Entrevista publicada em 11 de fevereiro de 2017, por Édson Coltz

Fonte: * Diário da Manhã - Passo Fundo