Bolsonaro é o maior culpado pela crise da covid-19 no país

17/03/2021 (Atualizado em 19/03/2021 | 12:56)

Reprodução Veja
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Para a maioria dos entrevistados em pesquisa do Instituto Datafolha divulgada na noite desta terça-feira (16), o presidente Jair Bolsonaro é o principal responsável pela crise da pandemia de covid-19 no país. No levantamento, 43% apontou que Bolsonaro é o principal culpado pelo desastre da crise sanitária. Já os governadores são apontados por 17%, seguido pelos prefeitos, com 9%, e pela população com 6%.

Ainda de acordo com a pesquisa, para 42%, o responsável em combater a pandemia seria o presidente da República, enquanto para 20% os governadores e 17%, os prefeitos. A pesquisa foi realizada por telefone nos dias 15 e 16 de março e ouviu 2.023 pessoas, e a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Desde o início da pandemia, Jair Bolsonaro se exime de forma reiterada de qualquer culpa sobre a condução da crise sanitária. Sempre que confrontado pelos estarrecedores números de mortes, repete que o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu a Estados e munícipios o poder de tomar decisões sobre medidas restritivas. Ao contrário do que o presidente diz, porém, a Corte deu autonomia apenas para que governadores e prefeitos mantenham planos de ação contra a pandemia de covid-19.

“2.842 mortes em 24h. A culpa é sua, Bolsonaro”, twittou o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) sobre o novo recorde de mortes por Covid-19 em 24 horas nesta terça-feira (16). Com a atualização, o país ultrapassa 280 mil vítimas da doença causada pelo novo coronavírus. Ao todo, foram 281.625 desde o início da pandemia.

Ainda segundo a pesquisa, a rejeição ao trabalho de Bolsonaro na gestão da pandemia disparou ao maior nível desde que a crise sanitária começou, há um ano. Na semana em que foi apresentado o quarto ministro da Saúde de seu governo, 54% dos brasileiros veem a atuação do presidente como ruim ou péssima. Na pesquisa passada, 48% reprovavam o trabalho de Bolsonaro na pandemia.

Para Molon, o recorde de 54% “é apenas o começo”.  “É apenas o início de uma série de respostas do povo ao governo que levou o país à ruína. O Brasil não irá esquecer das mentiras, do descaso e da incompetência”, disse Molon em suas redes sociais.

“Qual é o limite de genocídio do povo brasileiro? Chega. O que acontece ou deixa de acontecer é responsabilidade de Bolsonaro”, comentou no Facebook o deputado federal Camilo Capiberibe (PSB-AP).

 

O PSB é autor, junto com outros cinco partidos da oposição, de pedido de impeachment de Bolsonaro, protoclocado em janeiro deste ano, pelos crimes cometidos por seu governo durante a pandemia. No pedido, o partido aponta a negligência do governo federal no enfrentamento ao coronavírus.

 

Antevendo a tragédia sanitária de Bolsonaro na condução da crise sanitária, o PSB já havia apresentado, no início de 2020, um pedido de impedimento do presidente. O partido avaliou que, permitir a permanência de Bolsonaro no cargo, custaria muito mais ao país que enfrentar um difícil processo de impeachment. “Custou muito mais caro para o Brasil deixar Bolsonaro continuar na presidência”, afirmou Molon na apresentação do segundo pedido de impeachment do PSB, desta vez, em conjunto com a Oposição.

 

No pedido, os partidos consideram “imperdoável” o atraso do governo Bolsonaro na distribuição de vacinas, a sabotagem às verdadeiras medidas preventivas e a prescrição de remédios que comprovadamente não possuem eficácia.

 

“Para além da postura negacionista acerca da gravidade da doença, o Presidente da República utilizou-se da crise sanitária para travar uma ‘guerra ideológica’, com adversários reais ou imaginários, sobre os caminhos técnicos e científicos a serem adotados na pandemia, politizando a questão das vacinas em desenvolvimento”, afirma trecho do pedido de impeachment.

 


Fonte: Assessoria de Imprensa/PSB nacional