Diretor da OMS critica desigualdade na distribuição da vacina contra Covid-19: “Grotesca e inaceitável”

29/03/2021 (Atualizado em 29/03/2021 | 09:41)

Foto: Divulgação/PSB Nacional
Foto: Divulgação/PSB Nacional

O abismo entre o número de vacinações em países ricos e o número de vacinações pela COVAX cresce a cada dia, e está cada vez mais grotesco”, afirmou em coletiva nesta semana o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus Adhanom.

A COVAX é um consórcio global que une OMS, UNICEF e outras organizações ao redor do mundo para garantir a distribuição igualitária de vacinas ao redor do mundo.

Segundo Tedros, é “inaceitável” que pessoas jovens e fora da zona de risco em países ricos estejam sendo imunizadas antes de pessoas no grupo de risco em países pobres.

“Países que estão vacinando pessoas mais jovens e saudáveis estão fazendo isso ao custo das vidas de trabalhadores na área de saúde, idosos e outros grupos de risco em outros países”, continuou. “Os países mais pobres questionam o que países ricos realmente querem dizer quando falam sobre solidariedade”.

Até a manhã de 23 de março, 459 milhões de doses da vacina contra covid-19 foram aplicadas no mundo, segundo o New York Times. Quase metade desse número, 206 milhões, apenas nos EUA, países da União Europeia e no Reino Unido.

Vacinação a conta gotas no Brasil

A falta de uma gestão nacional no combate ao coronavírus deixou o Brasil fora dos 50 países que mais vacinam no mundo. Apenas 6,5% da população brasileira já recebeu a primeira dose, ou seja, 14.074.577 pessoas.

Quando comparado com os vizinhos sul-americanos, Argentina, Uruguai e Chile passam à frente. O Chile, inclusive, é um destaque mundial na vacinação: 31% dos chilenos já receberam pelo menos uma dose, 4ª maior marca global.

Segundo projeção do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz, se a campanha de vacinação no país seguir no ritmo atual, o Brasil levaria 939 dias para vacinar toda sua população contra a doença, ou mais de dois anos e meio.

Fonte: PSB Nacional - Com informações do InfoMoney.