O ministro das Relações
Exteriores, Ernesto Araújo, ameaçado de demissão após o fracasso na articulação
internacional durante a pandemia da Covid-19, se articula com grupos
monarquistas com objetivo de desvirtuar a função do palácio do antigo Museu
Nacional e transformá-lo em um espaço de valorização do período imperial.
Segundo os jornalistas
Ricardo Della Coletta e Paulo Saldaña, da Folha de S.Paulo, o governo do
presidente Jair Bolsonaro (sem partido), sob a liderança do chanceler, busca
transformar o espaço incendiado em 2018 em um centro turístico dedicado à
família imperial. O prédio funciona como museu desde o início da República.
Nas redes sociais, o
líder da Oposição na Câmara, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), declarou
que, após o incêndio em 2018, o “nosso Museu Nacional volta a correr risco,
graças ao governo Bolsonaro”. O socialista reitera, também, que “vai ter luta e
resistência em defesa da ciência!”
“Parece um golpe”
Araújo teria realizado
reuniões sobre o tema e acionado auxiliares para trabalhar com essa proposta,
que pretende colocar o importante acervo do museu em um prédio anexo ao
palácio.
Para conseguir avançar
neste plano o grupo, que também conta com o deputado federal Luiz Philippe de
Orléans e Bragança (PSL-SP) e representantes do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afeitos à monarquia, pretende tirar o
prédio da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Para a reitora da UFRJ,
Denise Pires, o intento “parece um golpe”.
“Não acredito que o MEC
vá tomar uma iniciativa de enfraquecer a érea de antropologia social,
arqueologia, zoologia, botânica, sem que a universidade seja avisada. Há
pós-graduações envolvidas de excelente nível, não é uma instituição estanque da
academia, é importante para a universidade e também para o museu que ele permaneça
aqui.”
Fonte: por: Igor Tarcízio / Socialismo Criativo com informações da Folha