Socialistas propõem à Câmara repúdio a comemorações do golpe civil-militar de 64

30/03/2021 (Atualizado em 31/03/2021 | 13:15)

Foto: Reprodução
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O deputado federal Camilo Capiberibe (PSB-AP) e outros cinco deputados socialistas apresentaram uma moção de repúdio para condenar quaisquer tentativas de comemoração ao golpe civil-militar de 1964, ocorrido em 31 de março. São coautores Lídice da Mata (BA), Elias Vaz (GO), Bira do Pindaré (MA), Gervásio Maia (PB), Denis Bezerra (CE).

O documento recebeu o apoio de líderes de sete partidos da Oposição e da Minoria: Danilo Cabral (PSB), Isnaldo Bulhões (MDB), Bohn Gass (PT), Talíria Petrone (PSOL), Wolney Queiroz (PDT), Renildo Calheiros (PCdoB), Joênia Wapichana (Rede), Marcelo Freixo (Minoria) e Alessandro Molon (Oposição), além de 40 outros parlamentares de diversos partidos.

No pedido, os socialistas argumentam que a Câmara dos Deputados é uma instituição da representação democrática eleita pelo voto direto e deve manifestar-se contra quaisquer tentativas de “negacionismo ou revisionismo” históricos relativos ao golpe civil-militar de 1964.

Os deputados citam as arbitrariedades cometidas pela ditadura civil-militar no Congresso Nacional, como atos de violação aos princípios democráticos e os crimes de lesa humanidade, além da extinção de partidos políticos e o fechamento da Casa por tempo indeterminado, “que merecem repúdio de serem comemoradas”.

Os parlamentares mencionam também a cassação de mandatos de prefeitos e governadores, de deputados, senadores, ministros do Supremo; a decretação do estado de sítio; a repressão armada, a punição arbitrária de quem fosse considerado “inimigo da ditadura”, e a criação de uma estrutura de instituições públicas, pagas com dinheiro público e privado, como o Departamento de Operações Internas (DOI) e o Centro de Operação da Defesa Interna (CODI), para a repressão de opositores.

Os socialistas recordam ainda os crimes de tortura, “inclusive a violência sexual contra homens e mulheres como método”, a censura aos meios de comunicação e a proibição de reuniões.

No documento em que repudiam a comemoração do golpe de 31 de março, os deputados e deputadas lembram também da supressão “das liberdades individuais e coletivas, dos direitos civis” e ataque às instituições republicanas, com censura à imprensa e aos artistas, além de ameaças, sequestros, torturas e assassinatos de cidadãos e cidadãs brasileiros”.


Fonte: Com informações da Liderança do PSB na Câmara