Sem auxílio emergencial e com o desemprego em alta, consumo das classes C e D despenca quase 30%

01/04/2021 (Atualizado em 01/04/2021 | 12:16)

Foto: Divulgação/PSB Nacional
Foto: Divulgação/PSB Nacional

A alta do desemprego e no valor dos alimentos, no momento em que há um agravamento da pandemia, dificultou ainda mais o acesso da população em estado de vulnerabilidade a alimentação diária.

Sem auxílio emergencial e com a maioria dos Estados intensificando as restrições à circulação de pessoas, um levantamento da Superdigital, fintech do Santander, apontou que as classes C e D cortaram fortemente o consumo. Os gastos dos dois grupos caíram 28% em relação a janeiro.

O estudo também mostrou que, exceto por combustíveis (+7%), todos os segmentos caíram, inclusive os de consumo mais básico. Supermercados, por exemplo, amargaram baixa de 18%. O Carnaval cancelado e o fim dos recursos do 13º e da última parcela do auxílio emergencial, pagos em dezembro, contribuíram com os resultados negativos. No setor de serviços, motor do PIB, os gastos caíram pela metade.

Uma pesquisa conduzida pelo Data Favela, no início deste ano, escancarou a vulnerabilidade das famílias que habitam favelas de todo o Brasil. Vivendo com menos da metade da renda que possuíam antes da pandemia, 68% dos entrevistados afirmaram que, em ao menos um dia deste ano, não tiveram dinheiro para comprar comida. Mais de 80% deles disseram depender de doações para alimentar a família e relataram fazer, em média, menos de duas refeições por dia.

“Não é que o Brasil não tenha de onde tirar recursos para combater a fome: é que Bolsonaro e Guedes não querem taxar os super-ricos. Simples assim. Não é incompetência, é opção”, afirma o líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ)

Auxílio Emergencial

Os governadores socialistas Renato Casagrande e Paulo Câmara, do Espírito Santo e de Pernambuco, respectivamente, assinaram junto com outros 14 chefes de Executivos estaduais, uma carta para pressionar o Congresso a aumentar o valor do auxílio emergencial para R$ 600. Os valores anunciados para a nova rodada do recurso são de R$ 150, R$ 250 e R$ 375, que serão distribuídos a depender do perfil do beneficiário.

Na carta, os governadores pedem também que o governo federal considere os mesmos critérios de 2020 para o cadastro no programa. Com a alteração nas regras, 22,6 milhões de brasileiros ficarão sem auxílio em 2021.

O governo federal informou na última sexta-feira (26/3) que os beneficiários do Bolsa Família começam a receber a nova rodada do auxílio emergencial em 16 de abril, seguindo o calendário do próprio do programa.

Parlamentares do PSB também trabalham para recompor o auxílio. O líder da bancada socialista na Câmara, deputado federal Danilo Cabral (PE), apresentou sete emendas à medida provisória que editou a nova rodada do pagamento do benefício. O deputado defende também que duas pessoas da mesma família possam ser atendidas pelo programa, já que a nova regra garante o auxílio para apenas um membro de cada família.

“Os preços dos alimentos aumentaram muito nos últimos meses e o valor proposto pelo governo não atende às famílias. Seguidamente, o governo federal tem reduzido o valor com o argumento de que não há limite fiscal. O que não há é vontade política”, critica.

Fonte: PSB Nacional - Com informações da CNN Brasil