Em entrevista para o programa Delta Rural, na manhã desta terça-feira (13), o professor de economia e presidente do PSB Bagé, Ricardo Cougo, avaliou os impactos do Projeto de Lei 2963/2019, do senador Irajá de Abreu (PSD/TO). Aprovado pelo Senado, o PL regulamenta a compra e o arrendamento de terras brasileiras por empresas estrangeiras.
Para o professor, o Projeto de Lei visa interesses próprios, uma vez que Abreu compõe a bancada ruralista e já como deputado, em 2014, declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) patrimônio de R$ 5,7 milhões, sendo desse total R$ 2,9 milhões correspondentes a sua participação na Fazenda Aliança. O socialista lembra que o senador, recentemente, esteve envolvido em problemas com questões ambientais. Enquanto deputado, Abreu era conhecido como o “campeão do desmatamento”.
Cougo salienta que a
agricultura familiar ficou precarizada financeiramente com a atual gestão
federal. O professor acredita que a venda de terras para capital estrangeiro implicará
graves problemas para a produção de alimentos, pois grande parte da produção é
feita por arrendatários e pequenos produtores. Tal projeto pode fortalecer a
concentração de terras e, o mais preocupante, concentração de terras por
capital estrangeiro que vai encaminhar a produção para o exterior e empobrecer
a economia nacional.
O economista entende que a produção
brasileira, os pequenos produtores, a agricultura familiar e os movimentos
sociais devem ser fomentados e fortalecidos. “Não podemos esquecer que o país é o maior produtor de alimentos do
mundo e é um dos maiores em índices de fome. Quem distribui alimento, na sua
grande maioria para os vulneráveis, nesta crise sanitária, são os movimentos sociais, pequenos agricultores e agricultores familiares”, destacou.
O PL foi encaminhado para a Câmara dos
Deputados e o presidente Arthur Lira incluiu no regime de urgência sua
tramitação. Cougo acredita ser imprescindível a mobilização contra a
aprovação dessa matéria. “Aprovar esse PL
é permitir que cada vez mais a produção agrícola e agropecuária brasileira
fique concentrada nas mãos de quem tem interesses apenas na lucratividade. Por
isso, pequenos e médios produtores e a agricultura familiar precisa estar
vigilante e atuante no andamento desse projeto”, finaliza o socialista.
Fonte: PSB Bagé | Edição: Stéphany Franco