Molon e Agostinho condenam acordo entre Brasil e Estados Unidos que pode prejudicar a Amazônia

16/04/2021 (Atualizado em 16/04/2021 | 10:36)

Foto: Divulgação/PSB na Câmara
Foto: Divulgação/PSB na Câmara

Os deputados socialistas Alessandro Molon (RJ) e Rodrigo Agostinho (SP) condenaram o acordo financeiro entre o Brasil e Estados Unidos para exploração da Amazônia. Eles participaram, nesta quinta-feira (15), dos atos Emergência Amazônica – em Defesa da Floresta e da Vida e o Fórum Climático da Amazônia.

Organizados pelo Fórum Nacional Permanente em Defesa da Amazônia (FNPDA), os atos alertam para esse acordo a portas fechadas feito pelos respectivos governos. Vale lembrar que esse acordo ocorre sem a participação da sociedade, o que pode gerar impactos para a Amazônia e seus povos. Em contrapartida, a organização dos atos lançou uma carta/manifesto à sociedade brasileira e internacional com o posicionamento em relação a esse acordo.

Líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon disse que, hoje, o Brasil vive um dos momentos mais difíceis da sociedade, decorrente da sobreposição de sucessivas crises e emergências. “Nós vivemos uma emergência amazônica, mas também vivemos outras emergências que se sobrepõem e agravam umas às outras. A gente vive uma emergência ambiental no Brasil e no mundo, uma emergência climática, uma emergência socioeconômica e uma emergência sanitária.”

O parlamentar reconheceu que essas crises não começaram no atual governo, mas afirmou que ele agravou todas essas crises. Ele citou como exemplo a permissão desse governo para que o desmatamento na Amazônia alcançasse os maiores índices em uma década, além da atuação recente do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, a favor dos madeireiros.

Molon afirmou que o ministro Ricardo Salles e o governo Bolsonaro não têm as mínimas condições de serem as únicas partes envolvidas numa negociação de tamanha importância. “Se o governo Norte-americano está verdadeiramente preocupado com a Amazônia e com o aquecimento global, não deve assinar esse acordo sem que outros atores participem das tratativas. É indispensável incluir os povos da floresta, os cientistas, a academia e o terceiro setor na mesa de negociações.”

Para o coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, Rodrigo Agostinho, é assustador o momento que vivemos, de ataques a democracia e ao patrimônio mais importante do país, a Floresta Amazônica. “A Amazônia é a floresta mais rica em biodiversidade do mundo, onde estão pelos menos 20% de todas as espécies vivas do planeta”, explicou.

No entanto, de acordo com ele, a floresta sofre ataques de todos os lados, como o desmatamento, que tem aumentado, seja para agricultura ou para pastagem e que muitas vezes servem apenas para buscar a regularização fundiária. “As ameaças vêm de todos os lados, atacam os povos da Amazônia, o garimpo vindo por todos os lados, o desmatamento, uma ânsia desesperada em busca da regularização fundiária”, lamentou.

Segundo o socialista, é preciso ter política pública consistente para defender a Amazônia e que isso se faz com órgãos ambientais estruturados, legislação, incentivo e financiamento. Ele lembrou que orçamento atual para a área ambiental é pior dos últimos 20 anos. “A gente não vai avançar se não tiver essa política pública de qualidade, algo que a gente não vê no momento. É tempo de reagir, é tempo de ação, de enfrentamento. Amazônia para a vida, não para a morte”.

Fonte: PSB na Câmara