O capítulo sobre gênero do Relatório Luz 2021 diz que o governo federal desenvolve, voluntariamente, ações contra a promoção da equidade de gênero no Brasil. Esse é o mote da entrevista com a pesquisadora Juliana César, do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030. E esse não o único resultado alarmante.
Entre as dificuldades para a produção do relatório, a pesquisadora apontou a quase total ausência de fontes governamentais acerca dos indicadores nacionais. “A gente vive essa incerteza, essa irregularidade, essa impossibilidade de planejar. Sem dados, não temos como planejar as políticas públicas mais a adequadas e baseadas na ciência, bem como mensurar o que as políticas em curso agora, estão resultando”, ressaltou.
De um conjunto de 169 metas analisadas, apenas uma não se aplica ao Brasil; no entanto, 92 delas (o equivalente a 54,4%) estão em retrocesso; outras 27 (16%) estão atualmente estagnadas, além de 21 (12,4%) que estão ameaçadas e 13 (7,7%) que obtiveram progressos insuficientes. Por fim, 15 (8,9%) delas não apresentaram informação alguma.
Relatório 2021
O lançamento nacional do Relatório Luz 2021 (baixe o documento aqui) ocorreu durante a Audiência Pública promovida pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, com participação remota dos formuladores.
A quinta edição do relatório é uma série histórica (iniciada em 2017), editada conjuntamente pelas equipes das ONGs Artigo 19 e Gestos – Soropositividade, Comunicação e Gênero, que trata do cumprimento da Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável e foi realizado, ao todo, por 106 especialistas. O documento avaliou dados governamentais e revelou que mais de 80% das metas encontram-se em retrocesso e/ou estagnadas – fazendo com que o Brasil caminhe na contramão do mundo.
Fonte: Socialismo Criativo