Socialistas lamentam morte de Desmond Tutu

27/12/2021 (Atualizado em 27/12/2021 | 12:10)

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O arcebispo sul-africano Desmond Tutu morreu aos 90 anos, neste domingo (26). Tutu teve a sua luta contra o apartheid reconhecida com o Prêmio Nobel da Paz, em 1984.

O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, confirmou a morte de Tutu e lamentou a grande perda.

“A morte do arcebispo emérito Desmond Tutu é outro capítulo de luto no adeus de nossa nação a uma geração de sul-africanos excepcionais que nos deixou uma África do Sul liberta”, disse Ramaphosa.

“Desmond Tutu era um patriota sem igual; um líder de princípio e pragmatismo que deu significado à compreensão bíblica de que a fé sem obras está morta”, continuou o presidente.

Tutu deixa a esposa, Nomalizo Leah, e quatro filhos.

O líder da Oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), lamentou a morte de Tutu. “Que seu exemplo possa nos guiar rumo a dias melhores”, ressaltou.

O líder da Minoria, deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ), também lamentou a perda. E destacou que “sua mensagem de amor ao próximo e justiça seguirá sempre viva em nós.”

A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) afirmou que “o mundo perdeu um dos maiores”.

Ativista dos Direitos Humanos

Além de sua luta incansável contra o apartheid, regime segregacionista que vigorou na África do Sul de 1948 a 1991, que separava pessoas negras das brancas e dava às últimas domínio do poder político e econômico no país, Tutu falava também sobre a ocupação do território palestino por Israel, direitos da população LGBTQIA+, mudanças climáticas e outros assuntos de relevância mundial.

Desmond Tutu contra o apartheid

Em 1984, em pleno apartheid, ele recebeu o Nobel da Paz por sua oposição não violenta ao regime, que só acabou uma década mais tarde. Ele presidiu a Comissão da Verdade e da Reconciliação, criada para revelar as atrocidades cometidas durante aqueles dias sombrios.

Tutu comandou numerosas marchas e campanhas para acabar com o apartheid nos degraus da entrada da Catedral de São Jorge, e em resultado disto esta se tornou conhecida como a “Catedral do Povo” e um símbolo poderoso da democracia local.

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Amigo de Mandela

Além de amigo de toda a vida de Nelson Mandela, Tutu algum tempo na mesma rua que ele, no município sul-africano de Soweto: a única rua do mundo que abrigou dois ganhadores do Prêmio Nobel da Paz.

“Sua qualidade mais característica é sua prontidão para adotar posições impopulares sem medo”, disse Mandela certa vez a seu respeito. “Tal independência de mente é vital para uma democracia vicejante”.

Com Julinho Bittencourt

Fonte: Socialismo Criativo