Lula ironiza Bolsonaro: “Vai que ele inventa uma facada pra não ir a debate”

27/01/2022 (Atualizado em 27/01/2022 | 12:08)

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Indagado sobre quais perguntas está preparando para debater com Jair Bolsonaro (PL) e Sergio Moro (Podemos) nas eleições de outubro, Lula (PT) reagiu com bom humor durante entrevista à rádio CBN Vale, de São José dos Campos, na manhã desta quarta-feira (26).

“Se eu falar agora vão ficar preparando”, disse Lula, emendando que “não sei”.

“Vai que esse Bolsonaro inventa de tomar uma facada para não ir aos debates. Vai que o Moro pega o Código Penal e diz: ‘o Código Penal não me deixa ir”, brincou Lula, arrancando risos dos entrevistadores.

Na sequência, Lula contou como deve ser sua postura na campanha e nos debates eleitorais.

“Eles vão estar diante de um ser humano civilizado. Um ser humano humanista, um cara que sabe falar com o coração. Um cara que conhece a alma desse povo”, disse.

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Lula ainda afirmou ter mais “experiência no segundo turno” e que vai “trabalhar para ganhar” as eleições.

“Eu não escolho adversário. Quem tem que escolher adversário é o povo brasileiro”, disse, ressaltando que “não vou entrar no lamaçal que alguns adversários querem transformar o debate”.

“O que eu quero saber é quem vai resolver o problema do emprego, da economia, a credibilidade do país no mundo, o atraso escolar das crianças por causa da pandemia. […] Esse mundo está precisando da verdade, de amor, de paz e tranquilidade e não essa loucura que a gente tá vivendo. É pensando nesse país que eu me proponho a debater”, afirmou.

Debate sem perguntas sobre família e amigos

Em novembro do ano passado, Bolsonaro disse que tem a intenção de participar dos debates eleitorais no ano que vem, mas com uma condição: não ser questionado sobre família e amigos. Segundo o presidente, esse tipo de pergunta “não vai levar a lugar nenhum”.

— É para falar do meu mandato. Até a minha vida particular, fique à vontade. Mas que não entrem em coisas de família, de amigos, porque vai ser algo que não vai levar a lugar nenhum — disse o presidente em entrevista  ao programa “Agora com Lacombe”, da RedeTV!, na noite dessa quinta-feira.

A restrição é uma maneira de o chefe do executivo evitar questionamentos sobre as investigações que envolvem seus filhos e aliados. O senador Flávio Bolsonaro (Patriota) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) são suspeitos de fazerem parte de um esquema de desvio de salário de funcionários de seus antigos gabinetes legislativos, conhecido como “rachadinha”. Já Renan Bolsonaro, o Zero Quatro, é alvo de um inquérito da Polícia Federal que apura suspeita de tráfico de influência. Todos os filhos negam qualquer irregularidade.

— Eu pretendo participar de debates. Não pude da última (vez, em 2018) porque estava convalescendo ainda (por conta da facada). Da minha parte não vai ter guerra, eu tenho 4 anos de mandato para mostrar o que fiz agora, eu não posso aceitar provocação, coisas pessoais, porque daí você foge da finalidade de um bom debate.

Na campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro também afirmou que participaria dos debates, mas não compareceu a nenhum após a facada.

Com Plinio Teodoro

Fonte: Socialismo Criativo