Floresce a primavera, por Vicente Bogo

01/11/2022 (Atualizado em 01/11/2022 | 15:51)

Foto: Dani Barcellos
Foto: Dani Barcellos

Durante o primeiro turno das eleições deste ano, candidato a governador, me empenhei em transmitir uma mensagem de diálogo, humanista, de respeito à democracia e apontar problemas e soluções para os mesmos.


Insisti em lembrar que um democrata respeita as regras e o resultado do jogo. Que aqueles que participam do sistema político - claro, todos temos o direito de pretender modificá-lo, melhorá-lo - tem a obrigação moral (além de legal) de acolher o resultado e somar-se na direção majoritária. Que, quem vence eleição tem a obrigação de ver o todo, de respeitar os vencidos, as minorias. E quem perde não pode simplesmente impedir a maioria. Este exercício, portanto, pressupõe o diálogo, a racionalidade política, o respeito ao outro como um igual em valor humano, ainda que veja o mundo e a realidade de modo próprio.


Assim, festejar a vitória e negar a derrota eleitoral confirma o viés autoritário, a intolerância e, mesmo, a ausência de compromisso com o pacto político e social, com a nossa Constituição e as leis. É a antessala da ditadura!


Nesta eleição, ainda que muitos não compreendam, decidiu-se pela democracia, pela não divisão do povo, não oposição das partes. Por outro lado, há que se continuar vigilantes para que o Estado seja tão somente instrumento de mediação e garantidor do pacto societário construído, buscando seu contínuo aperfeiçoamento. Sem instrumentalização ideológica ou partidária. E, naturalmente, sabendo que tudo deve ser função para o humano. Solução evolutiva e de dignidade de ser.  


Precisamos nos reeducar. Adotar uma nova pedagogia política que coloque a pessoa em primeiro plano.


Ex-vice-governador do RS e deputado federal constituinte, Vicente Bogo concorreu ao governo do Estado pelo PSB 



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