“Não podemos calar diante do atroz extermínio de trabalhadores rurais”, afirmam socialistas sobre massacre no MT 

26/04/2017 (Atualizado em 26/04/2017 | 20:12)

PSB na Câmara e PSB no Senado
PSB na Câmara e PSB no Senado

Em nota divulgada nesta quarta-feira (25), a deputada federal Janete Capiberibe e o senador João Capiberibe, ambos do PSB, manifestaram revolta contra o massacre de trabalhadores rurais no município de Colniza, a 1.018 km de Cuiabá, no Mato Grosso.

Nove pessoas foram assassinadas na última quinta-feira (20), no distrito Taquaraçu do Norte, em disputa por terra. A suspeita é a de que os autores do crime sejam homens que atuam na segurança de fazendeiros da região. A chacina foi confirmada pela Secretaria Estadual de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp/MT).

“Não podemos calar diante do atroz extermínio de trabalhadores rurais que é o lado mais cruel na luta pela terra em nosso País. O massacre é um descalabro e expõe a total falta de políticas públicas voltadas ao combate à violência no Brasil, seja no campo ou nas cidades”, afirmam os socialistas na nota.

A polícia já identificou quatro suspeitos da chacina. Segundo os investigadores dos serviços de inteligência das polícias Civil e Militar do estado, os assassinos “entraram e executaram, barraco por barraco, as pessoas que estavam dentro deles”.

De acordo com a perícia, as vítimas sofreram tortura. Alguns corpos estavam amarrados e um deles teve uma orelha cortada (e levada). Os trabalhadores rurais foram executados a golpes de facão e por tiros de uma arma calibre 12. Cerca de 100 famílias moram no local.

Na nota, os dois parlamentares afirmam que “a inoperância do Estado fomenta mais violência” nas regiões onde são comuns os conflitos que envolvem a trabalhadores rurais e fazendeiros em disputas por terra.

Eles lembram ainda de outro caso que ocorreu há dois anos, quando duas lideranças camponesas do município denunciaram ameaças ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). As vítimas foram assassinadas dois dias após a denúncia, “em uma afronta ao poder público e clara certeza de impunidade”, destacam.

Janete e Capiberibe criticam ainda a redução expressiva de recursos destinados à Secretaria Nacional de Segurança Pública e Cidadania para o combate à violência. “Em 2010, por exemplo, o órgão contava com cerca de R$ 1,4 bilhão de orçamento. Hoje, não passa de R$ 7 milhões para todo o País”.

“Se o estado brasileiro se mantiver afastado desses conflitos, mais sangue será derramado na terra que deveria estar produzindo somente vida”, criticam a deputada e o senador do PSB.

Confira a íntegra da nota:

 

NOTA PÚBLICA

 

Não podemos calar diante do atroz extermínio de trabalhadores rurais que é o lado mais cruel na luta pela terra em nosso País.

O massacre ocorrido na manhã do dia 20 de abril, de oito moradores do assentamento Taquaruçu, em Colniza, interior de Mato Grosso, é um descalabro e expõe a total falta de políticas públicas voltadas ao combate à violência no Brasil, seja no campo ou nas cidades.

A inoperância do Estado fomenta mais violência. Há dois anos, Josias Paulino de Castro e Irani da Silva Castro – lideranças camponesas do município – denunciaram ameaças ao ouvidor nacional do INCRA. Dois dias após a denúncia, eles foram mortos, em uma afronta ao poder público e clara certeza de impunidade.

Para agravar mais a situação, o Governo Federal diminuiu drasticamente os recursos destinados à Secretaria Nacional de Segurança Pública e Cidadania. Em 2010, por exemplo, o órgão contava com cerca de R$ 1.4 bilhão de orçamento. Hoje, não passa de R$ 7 milhões para todo o País.

Se o estado brasileiro se mantiver afastado desses conflitos, mais sangue será derramado na terra que deveria estar produzindo somente vida.

Queremos manifestar total solidariedade às famílias vitimadas e dizer que, da nossa trincheira no Congresso Nacional, continuaremos na luta por paz e justiça no campo.

 

Deputada Federal Janete Capiberibe

Senador João Capibaribe

 

Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações da Agência Estado

Fonte: Assessoria