A quinta entrevista com secretários estaduais de órgãos estatutários do PSB é com um nome bem conhecido pelos socialistas. Marcelo Freitas, o Marcelão, oriundo do sapateiros do Vale do Sinos, está à frente do Sindicalismo Socialista Brasileiro (SSB). Ele critica a postura do governo estadual e federal. Acompanhe:
PSB - Qual foi o principal desafio do movimento em 2019? E
para 2020?
Marcelão – A grande dificuldade enfrentada no ano de 2019 e
prevista para 2020 se concentra inicialmente nos governos Federal e Estadual,
que em conjunto têm adotado diversas medidas para o enxugamento do sindicato,
alijando sua estrutura em todos os sentidos. Outros setores da sociedade, em
especial os detentores do capital e rentistas, também têm contribuído com esta
política de ataque ao sindicato, a sindicalistas e a trabalhadores. É preciso
que tenhamos ainda mais força, união e capacitação neste momento de dificuldade
para que possamos em conjunto crescer como um todo.
PSB - E como está a estrutura do segmento atualmente?
Marcelão – Está em pleno vapor! Inclusive, só em 2019, foram
realizados pelo menos 12 eventos com a participação de diversos movimentos.
Todos estes, com ampla participação e repercussão. Sentimos que podemos muito
mais e vamos trabalhar para isso! Em um tempo onde os movimentos estão sendo
diretamente atacados, é nosso dever, enquanto cidadãos, defendermos e
levantarmos as bandeiras da justiça social, direitos humanos e dignidade.
PSB - Vivemos um momento de muitos retrocessos. Como os
sindicalistas socialistas podem contribuir para que o campo progressista não
perca espaço?
Marcelão – O campo progressista, indiscutivelmente, vem
perdendo espaço para a “bestialização”, “damarização” e desinformação, marcados
pela onda da “mitimania”. A ala democrática deve se unir contra essas forças
para poder reestruturar o crescimento real do país e devolver o poder de compra
ao cidadão, com índices de pleno emprego, desenvolvendo para melhor a
experiência já vivida neste sentido.
O governo Eduardo Leite, que se elegeu com um discurso
pacificador, elaborando propostas milagrosas para o orçamento, vem agora
arrochando ainda mais a estrutura estatal e comprometendo a saúde financeira do
Rio Grande do Sul, com os mesmos velhos erros da cartilha rentista elaborada
pelos detentores do capital.
PSB- Como atrair mais sindicalistas para a política?
Marcelão – É
fundamental trazer para o campo político os sindicalistas e em especial os
sindicalizados! É a força dos sindicalizados que trará mais corpo político e
representatividade aos sindicalistas que os representa. Temos uma atuação muito
séria e exitosa na formação política dos sindicatos e sindicalizados, ampliando
suas participações nos debates e eventos. Acreditamos que, através de formação
política e encontros, este movimento pode ser ainda mais desenvolvido.
PSB - Ainda há preconceito quanto a sindicalistas na
política? Se há, como combater isso?
Marcelão – Virou moda atacar esquerdistas e sindicalistas.
Somos agredidos até pelas pessoas beneficiadas pelas nossas conquistas enquanto
sindicalistas. Precisamos inverter esta lógica e mostrar a importância da
sindicalização para os trabalhadores, de modo geral!
Fonte: Comunicação/PSB RS