Passamos por um dos
piores momentos da história recente. A pandemia do coronavírus pôs em xeque
nossa saúde, trabalho, relações pessoais, enfim nosso modo de vida como um
todo. Neste Dia Mundial do Meio Ambiente cabe fazermos uma reflexão. Diante
deste cenário é necessário questionar o que podemos fazer diferente? Como buscar alternativas para termos
resultados distintos do que temos hoje?
A busca de uma vida mais saudável contrasta com a falta de uma
política ambiental que permita a preservação das nossas riquezas e o cultivo
sustentável. Em meio a mais grave crise de saúde pública o governo federal já
autorizou a utilização e comercialização de 150 novos tipos de agrotóxicos
somente este ano. Segundo dados do IBGE, o uso de defensivos agrícolas aumentou
155% entre 2002 e 2012, neste período o uso passou de 2,7 para 6,9 quilos por
hectare.
De acordo com o Censo Agropecuário
de 2017, 70,3% dos estabelecimentos agropecuários do Rio Grande do Sul adotam
algum tipo de substância. Em 2006 eram 62%. O problema é agravado com a baixa
escolaridade na zona rural e a falta de assistência técnica para orientar sobre
o manuseio destes produtos. Não é à toa que somos o estado com a maior taxa de
mortalidade relacionada ao câncer segundo dados do Instituto Nacional de Câncer
(Inca).
Mas então como buscar alternativas? Uma delas é
incentivar a agricultura urbana como geração de atividade econômica, educação
ambiental, segurança alimentar e melhoria na qualidade de vida das comunidades.
Com as restrições de circulação impostas pela pandemia cultivar uma horta acaba
também sendo um momento de contato com a natureza e a certeza de que iremos
consumir um alimento mais saudável.
No Rio Grande do Sul
a Lei 15.222 de 2018 instituiu a Política
Estadual de Agricultura Urbana e Periurbana, com a finalidade de promover a
produção sustentável de alimentos no meio urbano e periurbano, visando a
segurança alimentar e nutricional, inclusão social e produtiva e à melhoria da
qualidade de vida das pessoas e famílias.
Nosso desafio é incentivar e
implementar estas iniciativas. É mostrarmos que o socialismo se faz com
solidariedade, preservação do meio ambiente, inclusão e participação, para que
todos usufruam dos seus benefícios. Se quisermos um mundo melhor depois da
pandemia precisamos começar a plantar agora.
Mário Bruck
Presidente Estadual do PSB RS
Fonte: Comunicação PSB RS