Paulo Câmara critica governo Bolsonaro e afirma que “vidas não se recuperam”

21/06/2021 (Atualizado em 21/06/2021 | 10:00)

Foto: Divulgação
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O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmou que “o grande serviço” que as forças políticas têm de prestar ao país é trabalhar para que Bolsonaro não se reeleja. “Não dá pra continuar mais quatro anos sendo gerido da forma que o Brasil vem sendo gerido”, afirmou nesta última quarta-feira (16), ao programa Ponto a Ponto, na Bandnews TV.

“Vou trabalhar muito para que as forças políticas contrárias à forma com que o Brasil vem sendo administrado pelo presidente Bolsonaro vençam as eleições. Acho que esse é o grande serviço que nós temos que fazer”, destacou.

Durante a entrevista, comandada pela jornalista Mônica Bergamo e pelo cientista político Antônio Lavareda, Câmara ressaltou que as quase 500 mil vidas perdidas para o coronavírus mostram o “desserviço” do governo Bolsonaro na condução da pandemia. O socialista destacou que enfrenta dificuldades pela baixa chegada de vacinas e o não cumprimento do calendário de entregas do Plano Nacional de Imunização (PNI).

Alguns municípios pernambucanos, por exemplo, não possuem vacinas para aplicar a segunda dose da CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan. Ainda assim, Pernambuco tem a segunda menor taxa de mortalidade no Brasil em 2021 pela covid-19, ponderou. “Os números do Brasil mostram o desserviço do governo federal nas suas práticas em relação a essa pandemia. São quase 500 mil vidas perdidas, e vidas não se recuperam”, criticou.

Na opinião do socialista, não existe protagonismo de governadores em outros países, bem-sucedidos no combate à covid-19 e à vacinação de sua população, justamente porque os governos nacionais cumpriram com seu papel de coordenar a luta contra o vírus.

Câmara ainda criticou a ausência de políticas públicas do governo Bolsonaro no Ministério da Educação, que “desde 2019 não funciona”, disse. Na avaliação do socialista, a alfabetização será um dos maiores desafios por conta do atual impedimento de aulas presenciais e a adoção de um modelo híbrido de ensino, presencial e virtual.

“Desde 2019 a gente vê um Ministério da Educação que não funciona. Antes da pandemia, o Ministério da Educação já vinha parado, sem nenhum programa, sem nenhuma continuidade. Com a pandemia, tivemos que cuidar realmente da saúde da população e essa morosidade e inércia do ministério ficam um pouco escondidas, mas isso vai ter reflexo na retomada tão logo a vacinação seja presente e todos os locais dos estados”, afirmou

O governador garantiu que seguem com rigor as apurações sobre a violência cometida por policiais contra manifestantes em um protesto contra Bolsonaro em Recife, em 29 de maio. Ele determinou a criação de um grupo de trabalho com a participação de movimentos sociais, já antecipando os protestos anti-Bolsonaro.

Segundo Câmara, as vítimas cegadas pelas balas disparadas pelos agentes estão tendo suporte. Ele afirmou que sua gestão trabalha para que as indenizações sejam no campo administrativo e as ações não se judicializem, o que poderia levar anos até o pagamento das reparações aos dois homens.

“Cenas e fatos como vimos no Recife, no último dia 29 [de maio] não podem acontecer nunca mais em Pernambuco”, afirmou.


Fonte: PSB nacional