Padrão de vida no Brasil deve ficar estagnado pelos próximos 40 anos, diz OCDE

21/10/2021 (Atualizado em 21/10/2021 | 10:51)

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Segundo projeção da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o padrão de vida dos brasileiros deve ficar praticamente estagnado pelos próximos 40 anos. Esse resultado só não é pior que o da Índia.

A análise, divulgada nesta terça-feira (19), revelou que de 2030 a 2060, deverá haver uma queda de 0,2% na fatia da população ativa no mercado de trabalho do Brasil. O potencial da taxa de ocupação no Brasil também deve cair 0,1% no mesmo período.

A organização ressalta a importância de reformas estruturais para melhorar o cenário fiscal do país após a crise sanitária.

A OCDE cita, ainda, o envelhecimento da população como um fator que serve para jogar mais pressão sobre os orçamentos dos governos. Para tentar reduzir esse impacto, a organização considera a importância de mudanças estruturais nos sistemas de previdência e no mercado de trabalho.

Segundo a entidade, no Brasil, a reforma da Previdência deve reduzir a generosidade de benefícios ao longo do tempo. “Alguns países introduziram regras de acessibilidade ou outros mecanismos em suas pensões públicas que podem implicar declínios nas taxas médias de benefícios ao longo do tempo”, diz a OCDE.

Em grandes economias emergentes, como o Brasil, uma produtividade relativamente fraca implica em um processo muito mais lento de convergência aos padrões de vida dos Estados Unidos, diz o documento.

De acordo com a entidade, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) potencial do Brasil deve ficar em 1,1% ao ano na década de 2020 a 2030, e em 1,4% entre os anos de 2030 e 2060.

A projeção feita para o Brasil praticamente empata com os desempenhos de Argentina e China durante o período avaliado.

Retrato da desigualdade

A perda de renda da população devido ao desemprego causado pela pandemia, a falta de assistência adequada do Estado e alta dos preços dos alimentos, tiveram reflexo direto nas famílias de baixa renda. O consumo de carne atingiu o menor nível em 25 anos, de acordo com dados do governo federal.

“Vamos tirar nosso povo dessa situação degradante para qual o governo Bolsonaro empurrou o Brasil. É meu compromisso! Um país que tanto produz não pode deixar seu povo passando fome”, protestou o líder da oposição na Câmara, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).

Imagens de pessoas buscando ossos que costumavam ser descartados por frigoríficos e açougues viraram um retrato da realidade de famílias pobres nos últimos meses.

A venda de ossos era uma exceção para o mercado açougueiro obter um retorno em cima do que seria descartado, mas, com a elevação generalizada dos preços no governo do presidente Jair Bolsonaro, a exceção acabou se tornando uma regra e dificultando a alimentação dos mais pobres.

Com informações da Folha de S. Paulo

Fonte: PSB Nacional