A federação partidária e o fim do centrão, por Joilson Cardoso

15/02/2022 (Atualizado em 15/02/2022 | 14:54)

Foto: Rodolfo Stuckert / Acervo Câmara dos Deputados
Foto: Rodolfo Stuckert / Acervo Câmara dos Deputados

Houve um tempo em que, para governar, bastava fazer o “acerto” com o antigo PMDB, este, um verdadeiro conglomerado político, com o maior número de prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, governadores, senadores e ministros. Então porque o PMDB não elege o Presidente da República? Quando lançou o seu maior líder, Ulysses Guimarães, o Sr. Diretas, Presidente da Constituinte, o abandonou, impondo uma derrota que o levou ao 7° lugar nas eleições de 1989, 4% dos votos, mesmo tendo 350 deputados na coligação PMDB/PFL e 35 minutos de TV de propaganda eleitoral.

O mau exemplo do PMDB, um partido sem programa e ideologia, que pratica a política da “garantia da governabilidade”, independente de quem esteja no poder, foi substituído por algo pior, o Centrão, que congrega um grande número de parlamentares e partidos, ávidos em tomar os recursos do estado, para seus interesses inconfessáveis, em detrimento das causas, com repercussão nefasta na gestão, políticas públicas e no desenvolvimento do País.

O Centrão troca seu apoio por cargos, ministérios, estatais, orçamentos e tudo que possa beneficiar os interesses dos parlamentares que o compõe e enriquecer gente que drenam os recursos públicos para benéficios próprios. Esse é o preço do apoio do Centrão.

A federação partidária avança para anular essa nefasta ação parlamentar e estabelecer uma nova governança, uma nova correlação de forças favoráveis nos parlamentos e governos, baseadas em projetos e programas.

O PSB deve continuar no esforço de constituir a Federação do nosso campo político com o PT, PCdoB e PV. A federação partidária cumprirá a missão de enterrar de vez o toma lá, dá cá da velha política em voga no Brasil. Defender a Federação Partidária é mudar a política representativa para melhor. O fim do Centrão.

Venceremos!

Joilson Cardoso é professor, membro da Executiva Nacional do PSB e conselheiro da Fundação João Mangabeira


Fonte: Socialismo Criativo