Capes diz que manterá 90 mil bolsas de pós-graduação no país

31/05/2021 (Atualizado em 31/05/2021 | 10:49)

Foto: Divulgação
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Apesar do desmonte promovido pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) nas áreas de pesquisa e ciência, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou que vai manter, de forma integral, as mais de 90 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado que concede atualmente no país. A instituição garante que não cortará bolsas em 2021e continuará a fomentar os estudos dos pós-graduandos tanto nas cotas institucionais, quanto nos programas estratégicos induzidos. 

Com isso, ações como o Programa de Combate a Epidemias continuam a funcionar normalmente. A Capes já concedeu 1.959 das 2.600 bolsas e investiu R$ 53,7 milhões dos R$ 200 milhões previstos para os quatro anos da iniciativa, por meio da qual a agência estimula pesquisas sobre a Covid-19 e outras doenças.

Além de manter os benefícios, a Capes já prorrogou 36.536 bolsas de mestrado e de doutorado ativas no Brasil por até seis meses, de forma excepcional, por causa da pandemia. Os dados constam em relatório do Sistema de Controle de Bolsas e Auxílios (SCBA) de 12 de maio.

O direito se estende a qualquer pesquisador com bolsa de mestrado ou doutorado ativa no Brasil enquanto durar a pandemia. Cabe às instituições de ensino e de pesquisa indicarem no SCBA os beneficiários. A Fundação recomenda que sejam escolhidos aqueles cujos trabalhos tenham sido afetados pelos impactos decorrentes da covid.

Capes documenta história desde que foi criada

No próximo dia 11 de junho a Capes comemora 70 anos de fundação . O arquivo central da fundação documenta a história da instituição desde a criação em 1951. As informações reunidas no acervo permitem um maior conhecimento sobre a ciência e a pós-graduação brasileira por meio de diversos materiais, como o registro de ex-bolsistas da fundação que são destaques internacional.

O antropólogo Darcy Ribeiro (1922 – 1997) foi um dos contemplados com auxílio da Capes. Ele era especializado em questões indígenas da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em 1954, ele recebeu apoio financeiro da fundação, o que viabilizou a participação dele em reunião sobre os problemas sociais de indígenas silvícolas em Genebra (Suíça) e a permanência por mais 30 dias na Europa para visitar museus de etnologia.

A viagem faz parte dos primeiros anos da carreira de Darcy Ribeiro. Depois, o antropólogo fundou a Universidade de Brasília (UnB) e foi o primeiro reitor entre janeiro e setembro de 1962. Ele deixou o cargo na instituição para ser empossado como ministro da educação, atuando até janeiro de 1963. Em 1990, foi eleito senador pelo Rio de Janeiro e exerceu o mandato até sua morte em 1997.

Em 1954, a Capes também financiou a viagem aos Estados Unidos do artista plástico, paisagista e pintor, Roberto Burle Marx, (1909 – 1994). O convite para ir ao país foi do Museu Smithsoniano de Arte Americana. Ao retornarem para o Brasil, Burle Marx e Darcy Ribeiro tiveram que apresentar relatório das atividades desenvolvidas com o financiamento da fundação.

Os jardins planejados por Burle Marx o tornaram mundialmente famoso. O paisagista criou um estilo contemporâneo com o uso da flora nativa brasileira. Entre os seus projetos, estão os jardins do Palácio do Itamaraty e do edifício da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco). 

Arquivo da Capes

Ao longo dos anos, o acervo da fundação ocupou vários locais. Atualmente, o arquivo é abrigado em Brasília no Edifício Rádio Center, que fica próximo à sede da Capes. Antes, ele ficava em depósitos do Ministério da Educação (MEC). O primeiro imóvel que o material ocupou era localizado no Rio de Janeiro.
O pedido de acesso ao acervo é pelo e-mail: arquivocentral@capes.gov.br. A equipe da fundação localiza o documento, digitaliza e envia o material solicitado.

Fonte: Socialismo Criativo