Riso e crítica social: Ariano Suassuna completaria 94 anos neste dia 16 de junho

16/06/2021 (Atualizado em 16/06/2021 | 17:42)

Divulgação PSB Nacional
Divulgação PSB Nacional

“A meu ver enquanto houver miserável, um homem com fome, o sonho socialista continua”, a frase célebre de Ariano Suassuna, que hoje (16) completaria 94 anos, é uma síntese da confiança que o paraibano depositava no socialismo como saída para garantir uma vida digna à maioria das pessoas.

Dramaturgo, ensaísta, poeta, professor, advogado e presidente de honra do PSB, Suassuna nasceu em João Pessoa, na Paraíba, mas cresceu no sertão e aos 15 anos de idade se mudou para Recife, onde estudou, se formou e ficou internacionalmente conhecido por seu talento e devoção à cultura popular brasileira.

No governo Bolsonaro, os brasileiros são atingidos por crises diversas, sanitária, econômica e política, além de presenciar seu governo flertar com o fascismo. Nesse cenário, o trabalho de Suassuna, que além de fazer rir, sempre falava sobre a importância do riso em sua própria vida, se torna ainda mais essencial por aliar humor à crítica social.

Escreveu teatro, romance, poesia e ensaio, com 14 livros publicados e traduções para diversas línguas. Suas narrativas eram inspiradas no sertão nordestino como Uma mulher vestida de Sol, O Santo e a Porca e Auto da Compadecida, seu texto mais conhecido, que ganharia adaptações na TV e no cinema.

Se apresentava como um defensor da cultura popular brasileira, contra a invasão da indústria cultural norte-americana. “Não troco o meu oxente pelo ok de ninguém!”, disse.

Ariano Suassuna também é reconhecido como um dos mais importantes autores da geração de 1945 do modernismo brasileiro. Ocupou cadeira na Academia Brasileira de Letras de 1990 até o ano de sua morte. Também fez parte das Academias de Letras Pernambucana e Paraibana.

O paraibano deixou as salas de aula da Universidade Federal de Pernambuco, em 1989, após 32 anos lecionando. No governo de Miguel Arraes, foi secretário de Cultura do Estado de Pernambuco de 1994 a 1998.

Em 2007, ele assumiu a secretaria de Cultura de Pernambuco a convite do governador Eduardo Campos. Em 2011, foi eleito presidente de Honra do PSB e, durante o mandato de Eduardo Campos como governador de Pernambuco, foi seu assessor especial até abril de 2014.

Em um de seus textos, Suassuna abordou as diferenças entre a esquerda e a direita no país e definiu de maneira simples o socialismo que vivia na prática:”…no Brasil atual, outra maneira fácil de manter clara a distinção é a seguinte: quem é de esquerda, luta para manter a soberania nacional e é socialista; quem é de direita, é entreguista e capitalista. Quem, na sua visão do social, coloca a ênfase na justiça, é de esquerda. Quem a coloca na eficácia e no lucro, é de direita”.

Ariano Suassuna morreu no Recife, em 2014, aos 87 anos, depois de complicações por causa de um AVC.

Fonte: PSB Nacional