Historicamente,
as mulheres não só vendem a sua força de trabalho, como também são as
principais responsáveis pelas atividades domésticas, tais como cuidar das
crianças e dos idosos, por exemplo. Sobrecarregadas com o trabalho de dona de
casa, elas têm menos tempo para cuidarem de si mesmas e dos seus objetivos
profissionais. Além disso, em pleno século 21, as mulheres ainda ganham menos
do que homens que ocupam cargos com a mesma função.
Ainda
que elas representem mais da metade da população brasileira, as mulheres são
diretamente afetadas por leis aprovadas, majoritariamente, por homens. O
caminho em busca da equidade é longo. Não basta a reserva de vagas – prevista
em lei – para as mulheres na política. É preciso incentivá-las para ingressar
no meio político e, assim, propor ações, leis e projetos específicos para as
necessidades da mulher.
Se
você ainda não compreendeu o porquê das mulheres lutarem tanto por seus
direitos, preste bem atenção. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública,
o Brasil tem um estupro a cada dez minutos e um feminicídio a cada sete horas,
se tornando um dos países com as maiores taxas
de violência contra as mulheres. Ainda segundo o levantamento, em comparação
com 2020, o número de estupros contra mulheres aumentou 3,7% em 2021. Desde o
começo da pandemia, o Fórum contabilizou mais de 100 mil vítimas de violência
sexual, entre meninas e mulheres. No Rio Grande do Sul, feminicídios deixaram
129 órfãos de mãe no ano passado, é o que aponta o estudo realizado pela
Polícia Civil do Estado. Somente em janeiro de 2022, a Secretaria de Segurança
Pública do RS registrou 2.825 casos de ameaça contra as mulheres, 1.835
casos de lesão corporal, 149 casos de estupro, 10 casos de feminicídio
consumado e 20 tentativas de feminicídio.
O dia 8 de março é um dia de luta contra o machismo e a
opressão e não de celebração, pois as mulheres não são valorizadas pela
capacidade profissional, são intimidadas diariamente pela fragilidade
emocional, são tratadas como objeto de desejo, são interrompidas quando falam,
são vítimas de violência e piadas machistas, são chamadas de loucas durante uma
discussão, são consideradas agressivas quando se posicionam, além de terem seus
interesses considerados fúteis.
Elas sofrem todo tipo de violência todos os dias apenas por
serem mulheres. Elas são mortas, ganham menos do que os homens e são julgadas
por suas escolhas e corpos. Elas precisam de representatividade nos cargos de
poder, necessitam de políticas públicas que nivelem os acessos, fazendo com que
a exaustão, a exploração e a exclusão no trabalho não sejam intrínsecas à
vivência de mulheres pretas, pardas, indígenas ou trans.
Fonte: Stéphany Franco/Ascom PSB RS