Entenda porque a busca por equidade é tão importante para as mulheres

10/03/2022 (Atualizado em 10/03/2022 | 11:24)

Foto: Reprodução
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Historicamente, as mulheres não só vendem a sua força de trabalho, como também são as principais responsáveis pelas atividades domésticas, tais como cuidar das crianças e dos idosos, por exemplo. Sobrecarregadas com o trabalho de dona de casa, elas têm menos tempo para cuidarem de si mesmas e dos seus objetivos profissionais. Além disso, em pleno século 21, as mulheres ainda ganham menos do que homens que ocupam cargos com a mesma função.

Ainda que elas representem mais da metade da população brasileira, as mulheres são diretamente afetadas por leis aprovadas, majoritariamente, por homens. O caminho em busca da equidade é longo. Não basta a reserva de vagas – prevista em lei – para as mulheres na política. É preciso incentivá-las para ingressar no meio político e, assim, propor ações, leis e projetos específicos para as necessidades da mulher.

Se você ainda não compreendeu o porquê das mulheres lutarem tanto por seus direitos, preste bem atenção. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil tem um estupro a cada dez minutos e um feminicídio a cada sete horas, se tornando um dos países com as maiores taxas de violência contra as mulheres. Ainda segundo o levantamento, em comparação com 2020, o número de estupros contra mulheres aumentou 3,7% em 2021. Desde o começo da pandemia, o Fórum contabilizou mais de 100 mil vítimas de violência sexual, entre meninas e mulheres. No Rio Grande do Sul, feminicídios deixaram 129 órfãos de mãe no ano passado, é o que aponta o estudo realizado pela Polícia Civil do Estado. Somente em janeiro de 2022, a Secretaria de Segurança Pública do RS registrou 2.825 casos de ameaça contra as mulheres, 1.835 casos de lesão corporal, 149 casos de estupro, 10 casos de feminicídio consumado e 20 tentativas de feminicídio. 

O dia 8 de março é um dia de luta contra o machismo e a opressão e não de celebração, pois as mulheres não são valorizadas pela capacidade profissional, são intimidadas diariamente pela fragilidade emocional, são tratadas como objeto de desejo, são interrompidas quando falam, são vítimas de violência e piadas machistas, são chamadas de loucas durante uma discussão, são consideradas agressivas quando se posicionam, além de terem seus interesses considerados fúteis. 

Elas sofrem todo tipo de violência todos os dias apenas por serem mulheres. Elas são mortas, ganham menos do que os homens e são julgadas por suas escolhas e corpos. Elas precisam de representatividade nos cargos de poder, necessitam de políticas públicas que nivelem os acessos, fazendo com que a exaustão, a exploração e a exclusão no trabalho não sejam intrínsecas à vivência de mulheres pretas, pardas, indígenas ou trans.



 

Fonte: Stéphany Franco/Ascom PSB RS