Inflação e juros altos deixam brasileiros mais pobres por anos em governo Bolsonaro

19/04/2022 (Atualizado em 20/04/2022 | 14:32)

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O brasileiro está saindo do período de dois anos de pandemia mais pobre devido à inflação e aos juros altos e prolongados, aos preços mais caros dos produtos da cesta básica e a queda na renda média da população.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 3,20% no ano e de 11,3% nos últimos 12 meses. Isso não ocorria desde o surto inflacionário entre novembro de 2002 e novembro de 2003, sob forte influência do dólar.

Os juros (Selic) também subiram para 11,75% ao ano, maior patamar desde abril de 2017, quando a taxa estava em 12,25% ao ano.

A cesta básica está 50% mais cara que em 2020. Nos últimos 12 meses, o valor subiu 21,46%. Segundo a pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o custo da cesta básica subiu em 17 capitais do país em março.

São Paulo registrou a cesta básica mais cara ao preço de R$ 761,19, o que representa 67,90% do salário mínimo. Já as maiores altas ocorreram no Rio de Janeiro (7,65%), Curitiba (7,46%) e na própria capital paulista (6,36%).

O Dieese calcula que para sustentar uma família de quatro pessoas em São Paulo, por exemplo, o salário mínimo necessário deveria ser cinco vezes o atual, um total de R$ 6.394. No mesmo mês de 2021, o valor era de R$ 5.315,74, quatro vezes o mínimo vigente à época (R$ 1.100).

Ainda em relação ao terceiro mês de 2022, os trabalhadores que recebem o piso nacional gastaram em média 58,57% da renda (descontado dela os 7,5% do INSS) para comprar a cesta, ante 53,71% do mesmo período do ano passado e 56,11% de fevereiro.

Um estudo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) mostra que os brasileiros pagam hoje, em comparação com o que pagavam um ano atrás, 94,5% a mais pelo tomate, 64,6% a mais pelo café, 35,6% pelo açúcar cristal, 27,1% pela batata-inglesa e 23,7% pelo óleo de soja.

Os produtos e tarifas públicas também estão subindo muito mais que os índices de preços. O salário mínimo subiu menos que a inflação: 10,02% de reajuste em 2022 ante 10,16% em 2021. A renda média da população caiu 4,2% desde março de 2020.

O desemprego também aumentou e tudo piorou ainda mais desde a reforma trabalhista de 2017, que retirou direitos dos trabalhadores. A taxa de desempregados ficou em 11,2% no trimestre encerrado em fevereiro deste ano, patamar próximo ao de 2016.

Segundo o coordenador do programa de pós-graduação em Economia Política da PUC-SP e presidente do Conselho Federal de Economia, Antonio Corrêa de Lacerda, a perda de poder aquisitivo das famílias será permanente se a renda dos trabalhadores não tiver aumentos reais, ou seja, acima da inflação.

“A inflação que temos hoje empobrece o brasileiro, que tem seu poder de compra reduzido, pois alimentos, tarifas públicas, gás de cozinha, combustíveis, energia, tudo tem subido muito acima da inflação, e a renda não vem crescendo”, disse.

A fome e a miséria voltaram a se tornar realidade no atual governo para mais de 19 milhões de brasileiros. E, nesse ritmo, a situação deve se agravar.

Assessoria de Comunicação/PSB Nacional com informações do UOL, Folha de S. Paulo e O Globo

Fonte: PSB Nacional