Pedetistas históricos farão ato para ‘desautorizar’ Ciro e apoiar Lula

16/09/2022 (Atualizado em 16/09/2022 | 16:16)

Convocamos militantes trabalhistas e dissidentes a apoiarem o ex-presidente Lula no primeiro turno”, defendem pedetistas (Imagem: Marcos Serra Lima/g1 e Sérgio Castro/Estadão Conteúdo)

Pedetistas brizolistas históricos vão se reunir no próximo dia 21 de setembro para lançar uma “ação de desautorização de Ciro Gomes como dono PDT” e pregar voto “consciente” no ex-presidente Lula da Silva (PT) no primeiro turno. As informações são do G1.

“Faremos uma reunião na próxima quarta-feira para deixar claro que o trabalhismo histórico não considera Bolsonaro e Lula iguais”, afirmou um dos organizadores do encontro, o professor Francisco Carlos Teixeira da Silva, que foi secretário de Estado Interino e subsecretário de Estado de Educação do Governo Brizola no Rio de Janeiro.

Para o professor, as divergências do passado precisam ser superadas para se assumir uma posição clara no processo eleitoral. “Há diferenças, e não reconhecer o fato é uma tragédia para a democracia brasileira. Marina [Silva, candidata à presidente em 2010, 2014 e 2018, que declarou apoio a Lula] deu exemplo de grandeza. Agora é a hora do PDT e dos trabalhistas assumirem uma posição clara no processo eleitoral”, diz Francisco.

Manifesto

Os pedetistas históricos também irão entregar, durante o encontro, um manifesto em apoio ao candidato petista já no primeiro turno. Segundo o documento, “não se trata de voto útil, mas de necessidade histórica“.

 “A elaboração do documento tem a frente integrantes e ex-integrantes do PDT. Um dos idealizadores é Gabriel Cassiano, ex-aliado de Ciro, que se alinhou ao PT. Além dele, integram o movimento os vereadores do PDT em João Pessoa, Junior Leandro e Betinho; André Luan, ex-diretor da Fundação Leonel Brizola em Minas Gerais; e Vinicius Dino, ex-secretário Geral da Juventude Socialista de São Paulo”, informa a CNN, que teve acesso ao texto que vem sendo elaborado.

“O ano é 2022. Aquele Ciro que conseguia se manter numa sintonia fina com o campo progressista já não existe mais. Se em 2018 a grande maioria da militância trabalhista foi às ruas pedir votos para Fernando Haddad, atualmente vemos infelizmente alguns colegas dizerem que irão votar nulo em um eventual segundo turno. Há outros que pensam em apoiar até mesmo Bolsonaro. Mais do que indignação, ver o projeto nacional de desenvolvimento errar na sua composição tática e estratégica é motivo de muita tristeza e decepção”, aponta o texto.

Divergência no partido

Diferente dos militantes, o presidente do PDT Carlos Lupi contesta o movimento e reclamou da campanha pelo voto útil para o candidato Lula. “Voto útil é bom para corrida de cavalo, porque você escolhe quem vai ganhar. Para presidente, você vota no melhor no primeiro turno”, afirmou.

Lupi também descartou o fim das hostilidades do candidato Ciro a Lula: “Armistício, só depois da guerra”.

Fonte: Socialismo Criativo