Políticos e intelectuais latino-americanos pedem desistência de Ciro Gomes
22/09/2022 (Atualizado em 22/09/2022 | 14:52)
om a proximidade das eleições, pedetistas, políticos e intelectuais do Brasil e América Latina pedem a desistência de Ciro Gomes (Imagem: Reprodução/Socialismo Criativo)
Intelectuais, políticos e militantes de esquerda latino-americanos divulgaram uma carta aberta a Ciro Gomes (PDT) pedindo que ele retire sua candidatura à Presidência para assegurar a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) em primeiro turno.
“Sabemos que o sr. tem sido, durante toda a sua vida, um lutador pelas boas causas do povo brasileiro. Por isso, a perplexidade nos impulsiona a escrever esta carta e nos move a enviar-lhe esta mensagem fraternal, porque nos é incompreensível que, na conjuntura atual brasileira, insista em apresentar sua candidatura presidencial”, diz o documento, escrito em espanhol.
Assinam, entre outros, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, vencedor do Nobel da Paz, o ex-presidente do Equador Rafael Correa, a senadora colombiana Piedad Córdoba, o deputado venezuelano Juan Eduardo Romero e o ex-ministro boliviano Juan Ramón Quintana Taborga.
A eleição, diz o manifesto, se decidida apenas entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Bolsonaro. “A dura realidade é que mantendo sua postulação, querido companheiro Ciro, a única coisa que fará será dispersar forças, debilitar o bloco antifascista, facilitar a vitória de Bolsonaro e eventualmente abrir caminho a um novo golpe de Estado”.
A iniciativa se soma a outras que a campanha de Lula tem feito para tentar atrair o apoio dos eleitores de Ciro e buscar vencer a eleição no primeiro turno.
Dirigente do PDT abandona Ciro Gomes e declara apoio a Lula
Ex-deputado estadual do Paraná, Haroldo Ferreira (PDT) anuncia em carta enviada ao presidente da legenda, Carlos Lupi, seu afastamento do cargo de membro do diretório nacional do partido e de vice-presidente da Fundação Leonel Brizola. Além disso, demonstrou no texto apoio a Lula no lugar do candidato da sigla ao planalto, Ciro Gomes.
Ferreira aponta, como motivo do seu afastamento, a estratégia política adotada por Ciro ao fazer ataques sistemáticos ao ex-presidente petista.
Para Haroldo Ferreira, a campanha de Ciro não percebe o momento crucial em que o país vive para a defesa das liberdades individuais e coletivas, que vive, segundo ele, em constantes ataques que fragilizam as instituições democráticas. No texto, dá a entender que a linha escolhida pela campanha se deve ao marqueteiro do presidenciável, João Santana, responsável pelo que chama de uma “campanha odiosa contra o principal candidato de oposição ao regime bolsonarista”, referindo-se a Lula.
Ressalta também que as críticas ao petista no campo pessoal marcam o tom da campanha do pedetista. “É lamentável que Ciro Gomes tenha adotado uma estratégia errática de tentativa de desconstrução da imagem de Lula, ao invés de focar no Programa Nacional de Desenvolvimento.”
O dirigente nacional encerra a carta informando que, em função das discordâncias com a campanha majoritária do partido, declara apoio a Lula: “Passo a defender a bandeira da liberdade e do Estado de Direito democrático, engajado na campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva”.
