Ao participar do Programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, o presidente do PSB/RS e vice-presidente nacional da sigla, Beto Albuquerque, reafirmou, nesta sexta-feira (10) os compromissos do Partido Socialista Brasileiro com a manutenção dos direitos dos trabalhadores, e defendeu que a sigla vote contra a Reforma da Previdência proposta pelo governo federal, caso ela não seja alterada pelo executivo. “O PSB, como partido e como representação na Câmara dos Deputados e no Senado, não deve dar aval a reformas que alterem nosso compromisso histórico com os trabalhadores”, disse o socialista, que também falou sobre a conjuntura política estadual e as eleições de 2018.
Conforme Beto, o PSB deveria apresentar proposta para a extinção da Desvinculação de Receita da União (DRU) - mecanismo que permite ao governo federal usar livremente 20% de todos os tributos federais vinculados por lei a fundos ou despesas, no orçamento da seguridade. “Se quisermos uma previdência de fato contributiva e séria, precisamos começar por onde estão os maiores rombos. Se continuar o desvio de finalidade nas verbas arrecadadas, as contas jamais fecharão no positivo.”
Outra proposta defendida pelo dirigente nacional seria a apresentação de emenda revogando as isenções de contribuições patronais que geram um rombo de 40 bilhões por ano. O líder socialista também alertou para o fato do Brasil pagar 700 bilhões por ano de juros, o que ajuda a ampliar a dívida federal que já soma quase R$ 4 trilhões.
Ainda sobre o cenário político nacional, Beto lamentou que “a política perdeu o respeito e a coerência. O papel do PSB é se distinguir neste cenário”. O socialista falou sobre as divergências existentes no PSB com relação a participação no Governo Federal. “Partido não se representa apenas com deputado e senador. Há uma dicotomia em nível nacional sobre a participação do PSB no Governo Temer. A Direção decidiu pela independência. Avaliamos que podemos ajudar o Brasil sem estar dentro do Governo. Como partido, o PSB precisa ser independente. Em 2014 disputamos com uma ideia diferente, um projeto próprio”, lembrou.
Na análise sobre a conjuntura política e econômica do Rio Grande do Sul, Beto destacou que o quadro econômico foi agravado pela queda da economia do país. “Quando tínhamos um PIB de 7 a 8% era um contexto, mas hoje o Brasil só cresce para baixo. Hoje temos 12 Estados que estão sendo obrigados a atrasar os salários”, refletiu, completando que o Estado está “num buraco sem saída e que é preciso ter clareza para fazer essa reflexão e buscar as soluções”. O Estado está insolvente, falido e com dificuldades para ser governado por qualquer força política”, avaliou. Para ele, esse é o resultado de 37 anos em que o Estado gastou mais do que arrecadou.
Projetando o cenário eleitoral de 2018, Beto Albuquerque colocou-se à disposição do PSB para as disputas majoritárias. "Posso concorrer à Presidência da República, ao governo do Estado ou a uma cadeira no Senado Federal. Mas ainda estamos discutindo as possibilidades. Sou de uma geração política que tem compromisso e responsabilidade com o País e com o povo brasileiro”.
Fonte: Ascom PSB/RS