Aos 78 anos, Angela Davis segue revolucionando

27/01/2022 (Atualizado em 27/01/2022 | 12:47)

Foto: Djeneba Aduayom / TIME
Foto: Djeneba Aduayom / TIME


Ela já figurou entre a lista de pessoas mais perigosas do mundo, para o FBI, na década de 1970. Angela Davis é uma revolucionária e, aos 78 anos, completos nesta quarta-feira (26), segue incansável na luta feminista, antirracista, antiencarceramento e anticapitalista.

A escritora, nascida no Alabama, no sul dos Estados Unidos, é filósofa, professora emérita do departamento de estudos feministas da Universidade da Califórnia e ícone da luta pelos direitos civis.

Os livros ‘Mulheres, raça e classe’, ‘Mulheres, cultura e política’ e a ‘Liberdade é uma luta constante’ fazem parte do arcabouço essencial do feminismo.

Angela Davis também já fez parte do Partido Comunista dos EUA e se candidatou a vice-presidente da República em 1980 e 1984.

Por seu envolvimento com os Panteras Negras foi presa. O que desencadeou movimento por sua liberdade, conhecido como “Libertem Angela Davis”, que a tornou conhecida ao redor do globo.

Angela Davis é um símbolo de luta, resistência e enfrentamento das injustiças.

Angela Davis no Brasil

Em 2019, em uma de suas vindas ao Brasil, ao lado da mineira Conceição Evaristo Costa, outro ícone fundamental das lutas das mulheres e negros no país, deixou claro que o caminho ainda é longo.

Foi quando lembrou do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol_RJ) e criticou Jair Bolsonaro (PL).
“Parece se identificar com ditadores militares”, observou.

Mais que isso. Reforçou a necessidade da articulação das mulheres para a própria democracia.

“Não há democracia sem a articulação de mulheres negras, porque elas representam os pobres, os indígenas, as vítimas de violência racial e os oprimidos”, afirmou a ativista.

Antes, em 2017, em outra visita ao país, o poder de mobilização das mulheres negras na luta anticapitalista.

“Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela, porque tudo é desestabilizado a partir da base da pirâmide social onde se encontram as mulheres negras, muda-se a base do capitalismo”, cravou.

Em 2020, Angela Davis foi às ruas com o movimento Black Lives Matter, desencadeado pelo assassinato de George Floyd, de máscara no rosto e gritando palavras de ordem.

A luta de décadas se vê em conquistas para as gerações mais novas. Em entrevista à revista Bazaar, dos EUA, disse que a esperança vem com a mobilização dos jovens.

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“Acho que nunca poderia imaginar que estaríamos neste ponto. Que haveria jovens não apenas falando sobre feminismo de forma interseccional, mas abraçando a abolição. Nunca pensei que testemunharia um momento como esse”, celebra.

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) celebrou “uma das vozes mais potentes na luta antirracista e feminista”.

Para a ex-deputada Manuela D’ávila (PCdoB-RS) Angela Davis “é uma da maiores pensadoras e lutadoras do nosso tempo”.

Feminismo para todos

Há poucos dias, foi lançada uma nova edição do livro “Angela Davis – Uma Autobiografia, lançado pela primeira vez em 1974. Este lançamento foi acompanhado de uma contextualização inédita a partir dos protestos do Black Lives Matter. O que torna as novas páginas “mais importantes do que nunca”, de acordo com o jornal “Los Angeles Times”.

Com informações do Uol, Politize e Boitempo

Fonte: Socialismo Criativo