8/1 | Entrevista: “Derrotamos a tentativa de colocar um ponto final na democracia”, afirma Carlos Siqueira

08/01/2024 (Atualizado em 08/01/2024 | 08:36)

A democracia se destaca como o melhor sistema de governo para assegurar o acesso pleno aos direitos sociais, promover igualdade de oportunidades e oferecer uma educação de qualidade à população. Por isso, é imperativo que ela seja continuamente fortalecida e aperfeiçoada, para evitar que quaisquer ameaças à sua integridade prosperem.


Há exatamente um ano, no fatídico dia 8 de janeiro, o país testemunhou uma tentativa de golpe. Naquele dia, num dos capítulos mais sombrios da história do Brasil, apoiadores de Jair Bolsonaro depredaram as sedes dos três Poderes da República, em Brasília, em um ato de violência sem precedentes. “A democracia resistiu, as instituições resistiram fortemente e hoje estamos vivendo ares diferentes, exatamente por essa razão. Porque derrotamos o golpismo, derrotamos a tentativa de colocar um ponto final na democracia”, comenta o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.


A investida foi planejada e articulada ao longo de meses, com indícios de apoio financeiro de empresários aliados ao ex-presidente, e representou o ápice de uma trama que teve início muito antes. Contudo, a tentativa de anular a eleição da chapa Lula-Ackmin e tomar de assalto o poder, foi imediatamente frustrada por uma robusta defesa institucional. Os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário responderam de forma contundente e coesa, o que resultou na prisão em flagrante dos conspiradores e na instauração de investigações e condenações em curso.


“Tivemos quatro anos de um governo que permanentemente questionava as instituições democráticas que compõem o Estado brasileiro, que contestava, sem provas, o funcionamento do Tribunal Superior Eleitoral, que foi criado ainda na época da revolução de 1930. E portanto, sem fundamento, não conseguiu provar nada, obviamente. Felizmente, essa tentativa nefasta de golpe fracassou. E seus autores que ainda não foram punidos completamente, precisam ser também”, defende Siqueira.


Leia a entrevista completa:


Qual a leitura o senhor faz sobre o 8 de janeiro?


O 8 de janeiro foi uma claríssima ameaça à democracia, foi o ponto culminante de quatro anos de pregação de um golpe, em que tentou se concretizar, porém sem apoio popular, felizmente. E por essa razão, fracassou enormemente. A democracia resistiu, as instituições resistiram fortemente e hoje estamos vivendo ares diferentes exatamente por essa razão. Porque derrotamos o golpismo, derrotamos a tentativa de colocar um ponto final na democracia. Portanto, não existe regime melhor que o democrático. Ele precisa de permanente aperfeiçoamento. Na democracia liberal temos o direito de votar. Além desses aspectos que mencionei, na democracia podemos incluir os direitos sociais, a igualdade de oportunidade, educação de qualidade para toda a população, entre outras medidas de natureza social, tão necessárias ao Brasil. Além de propiciar o desenvolvimento industrial, agrícola, da ciência, tecnologia e inovação, que é fundamental hoje para o nosso país.


Há quem diga que a democracia não correu risco de sofrer um golpe. O que o senhor diz sobre essa narrativa?


É uma narrativa completamente sem fundamento. Tivemos quatro anos de um governo que permanentemente questionava as instituições democráticas que compõem o Estado brasileiro, que contestava, sem provas, o funcionamento do Tribunal Superior Eleitoral, que foi criado ainda na época da revolução de 1930. E portanto, sem fundamento, não conseguiu provar nada, obviamente. Esse golpe felizmente, essa tentativa nefasta felizmente fracassou. E seus autores que ainda não foram punidos completamente, precisam ser responsabilizados perante a lei.


Como avalia a reação das instituições à intentona?


A reação foi a mais forte possível. Tanto o Congresso funcionou, quanto o Supremo Tribunal Federal e o poder Executivo. A resistência foi feita pelo povo também, na medida em que havia ameaça de golpe, e na em medida que o presidente Lula ganhou as eleições, juntamente com o PSB e vários outros partidos. Isso também foi uma resposta ao golpismo. A maioria da população quer manter a democracia. Mas também quer aperfeiçoá-la. Quer aperfeiçoar seu sistema político, quer aperfeiçoar seu sistema social, quer que ela não seja simplesmente uma democracia caricata. Seja uma democracia que possa avançar para propiciar o desenvolvimento estratégico do nosso país, do ponto de vista político, partidário e também do ponto de vista de aproveitar todas as facilidades que o país oferece de desenvolvimento, para um país bem mais forte do que já é atualmente.


O que acha da postura de alguns políticos da oposição que negaram participar do ato ‘Democracia Inabalada’ no Congresso Nacional?


Eu respeito a postura de qualquer um, porque estamos em uma democracia. As pessoas que forem convidadas terão o direito de aceitar ou não. Mas também evidencia uma posição muito clara daqueles que não comparecerem para relembrar esse ato nefasto que envergonhou a democracia e todos os brasileiros.


Na sua opinião, o que deve ser feito para que espisódio como esse não se repita?


O que deve ser feito é o fortalecimento das instituições democráticas. O fortalecimento e a mudança para um aperfeiçoamento completo do sistema político-eleitoral brasileiro. Adicionar aos aspectos democráticos da liberdade e da democracia, ao direito de votar, ao direito de vir, e às garantias individuais, os aspectos sociais, políticas públicas sociais que sejam capazes de diminuir drásticamente as desigualdades no Brasil. Esse é o ponto mais importante que precisa ser solucionado. É diminuir a desigualdade social, oferecendo oportunidade a todos os jovens e a toda a população, para que ela viva dignamente.



Fonte: Assessoria de Comunicação/PSB Nacional