Comissão Executiva Nacional do PSB avalia processo eleitoral e preparação para 2026

21/10/2024 (Atualizado em 21/10/2024 | 08:36)

Foto: Aaron Phillipe
Foto: Aaron Phillipe

O presidente estadual do PSB e membro da Executiva Nacional, Mário Bruck, participou, na quinta-feira (17), da reunião de avaliação sobre os resultados eleitorais e políticos do primeiro turno das eleições municipais deste ano e analisou as perspectivas do partido para o segundo turno e para o pleito de 2026. A reunião da Comissão Executiva Nacional do PSB aconteceu em Brasília, na sede do partido.


O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, apresentou os resultados do PSB no país: eleitos 312 prefeitos e prefeitas (261 homens e 51 mulheres), 361 vice-prefeitos e vice-prefeitas (sendo 47 em capitais), e 3.592 vereadores e vereadoras. Para o segundo turno, o PSB concorre com dois candidatos a prefeito, em Campina Grande, na Paraíba, e em Paulista, no Estado de Pernambuco.


Siqueira parabenizou as vitórias obtidas em todo país e considerou os resultados muito positivos pelo fato do PSB se tornar o partido de esquerda com mais prefeitos e vereadores eleitos, mesmo diante das circunstâncias de dificuldades de enfrentar o avanço da direita e da extrema-direita e da questão do financiamento eleitoral.


“Do ponto de vista do financiamento eleitoral, esta foi uma eleição muito dura, porque nem sempre nós podemos atender na medida da necessidade dos candidatos. Do ponto de vista político, também foi bem difícil porque a situação do país não é nada agradável para que a gente possa estar comemorando. Nós fomos vitoriosos no nosso campo numa circunstância de muita dificuldade que passa o nosso país, de enfrentamento a um crescimento muito claro da direita e da extrema direita”, disse.


Para o presidente, a questão política de enfrentamento a esse extremismo se coloca como central para que possa fazer, não apenas o PSB, mas toda a esquerda, refletirem profundamente sobre as circunstâncias da derrota eleitoral do ponto de vista quantitativo.


“Nós tivemos muita sorte em ter um resultado muito positivo, precisamos comemorar, mas não podemos esquecer o momento que o mundo e o país estão vivendo do ponto de vista político. É um desafio extraordinário que nós temos que enfrentar. Comemora-se o resultado, mas se inicia a preparação para outra eleição que vai ser super importante e fundamental para a nossa própria existência. Precisamos enfrentar um novo desafio já a partir de hoje com os olhos voltados para 2026”, pontuou.


Durante a reunião, tratou-se também da possibilidade de realizar uma federação com outros partidos visando as eleições de 2026. “Temos que avaliar concretamente a possibilidade de uma federação, em alguns Estados. Vamos dar início a conversas visando isso com partidos que tenham afinidades políticas e ideológicas conosco, além de capacidade eleitoral de nos ajudar e pra isso vamos também querer poder contar com apoios dos diretórios estaduais, das pessoas, das lideranças, dos deputados, dos membros do diretório nacional, para que consigamos levar o partido a uma grande vitória também em 2026”, explicou Siqueira.


Siqueira agradeceu a todos os dirigentes partidários pelo empenho nos resultados conquistados nas eleições. Especialmente, ele cumprimentou a deputada Tabata Amaral pela sua campanha nas eleições em São Paulo. “Ela teve um desempenho excepcional no seu enfrentamento, na sua coragem, na sua inteligência, na sua dedicação na eleição paulistana, que é a principal do país, em termos de importância política e econômica. Embora não tenha sido vitoriosa eleitoralmente, politicamente foi um grande gol que o PSB fez também na principal praça eleitoral do país”, destacou.


O secretário-geral do PSB e governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, saudou a participação de todos no processo eleitoral e considerou o PSB vitorioso no pleito municipal. No Estado capixaba, o PSB foi o que mais elegeu candidatos: 22 prefeitos, 14 vice-prefeitos e 129 vereadores. “O resultado do PSB foi importante e destaque nacional. Como dirigente partidário, eu também considerei importante porque nós passamos uma eleição em 2022 muito difícil, o PSB reduziu sua bancada e o número de votos. E o resultado dessa eleição agora apontou para um crescimento do partido quando comparado com 2020, mostrando uma estratégia partidária adequada em termos de resultados eleitorais”, destacou.


Casagrande também ressaltou a importância de apontar para expectativas futuras diante do processo de renovação política com candidaturas de jovens como João Campos, prefeito reeleito no Recife, e a deputada Tabata Amaral, candidata em São Paulo.


Importância de renovação


“É muito importante que a gente destaque a vitória do João e da Tabata, que foi a candidatura mais visível do PSB no Brasil. Esse processo de renovação é fundamental e necessário que aconteça no PSB, na Direção Nacional, nas direções estaduais e municipais, para o fortalecimento e para a permanência do Partido Socialista Brasileiro. Quem teve vitórias e está no governo sabe que é preciso mostrar resultados, tem que saber se comunicar, tem que saber criar ligação com a população, se modernizar e inovar na área da Comunicação, ter capacidade e sermos práticos no que estamos falando para fazermos rupturas importantes no nosso pensamento pra gente poder se comunicar com as pessoas porque senão a gente fica se comunicando só com meia dúzia de gente e ficamos só no nosso campo, no nosso gueto, falando para nós mesmos, sem ampliar a nossa capacidade de se relacionar e dialogar com as pessoas”, defendeu.


Para ele, essa adaptação é essencial e os socialistas precisam ser pragmáticos para definir o futuro e a sobrevivência do próprio partido. “Nosso partido é de 1947. A gente tem a capacidade histórica de fazer agora um trabalho que possa organizar efetivamente e fortalecer o nosso partido. É hora da gente pensar nos resultados, mantidas nossas teses centrais, não dá pra não pensar em resultados. Nesse momento, ser pragmático é importante para a nossa sobrevivência. Nós não vamos perder nossa identidade, as teses centrais do nosso partido, nosso campo democrático progressista, mas precisamos saber que temos que ser pragmáticos. E fazer partido significa, às vezes, viajar quilômetros para falar com uma ou duas pessoas. Então tem que ter uma dedicação na construção partidária”, finalizou.


Eficiência na gestão


O prefeito reeleito do Recife, João Campos, agradeceu todo apoio que recebeu do partido em sua campanha e defendeu que, a partir de agora, visando as eleições de 2026, só há um “dever de casa” ao PSB que é buscar resultados quantitativos e qualitativos.


“Nós tivemos um resultado positivo para o partido, mas ao mesmo tempo, precisamos fazer uma leitura correta do diagnóstico, com um olhar muito atento. O momento eleitoral e político na democracia brasileira e em outros locais mundo afora é adverso para o nosso campo e vai cobrar da gente uma capacidade reinventiva. A gente precisa ter a convicção dos posicionamentos a serem tomados e de quão importante é a eleição de 2026, porque ela vai ser uma divisora de águas e isso nos cobra a partir de hoje um dever de casa da eleição de 2026 de buscar resultado, não tem outro caminho”, afirmou.


Superado esse divisor de águas, Campos defende que o PSB precisa se posicionar no campo da esquerda democrática mostrando que sabe fazer políticas públicas com eficiência, olhando para a população, enfrentando desigualdades, com transparência, com capacidade de modernização do serviço público e, principalmente, com capacidade de fazer e não ficar apenas no discurso, para se tornar um partido com capacidade e força eleitoral.


“Nosso partido precisa ter essa compreensão e dá pra fazer. Nós temos o dever de nos posicionar nesse campo que nos pertence. O resultado dessas eleições mostra que os partidos que têm uma dinâmica de profissionalismo eleitoral vão se agigantar no Brasil. Nós temos que encontrar o equilíbrio entre o nosso programa e a nossa capacidade de sermos eficientes diante de eleições, porque um partido precisa, para sobreviver, ter resultado positivo em eleição. Então isso vai ser cobrado e a conta será muito alta”, finalizou Campos.


O primeiro secretário de Finanças do PSB e ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, falou sobre a possibilidade de haver uma federação entre o PSB e outros partidos para as eleições de 2026.


“Quando a gente pensa em uma federação, embora a decisão seja nacional, é evidente que cada um dos dirigentes atuais do partido pensam em quais Estados ele tem mais força pra evitar grandes polêmicas. Em qualquer federação é necessário que o Diretório aprove, que as pessoas concordem, mas que o presidente Carlos Siqueira tenha autonomia de começar a trabalhar essas possibilidades de federações para que a gente possa, no início do ano que vem, já anunciar”, disse.


“Construir partido”


A deputada federal e presidente municipal do PSB em São Paulo, Tabata Amaral, que recebeu 605.498 votos no pleito municipal (9,91% dos votos válidos), agradeceu todo apoio que recebeu da Direção Nacional do PSB e afirmou que sempre teve a preocupação de honrar esse apoio e de construir uma alternativa política que vem fazendo falta ao Brasil.”Quando me elegi presidente municipal do PSB em São Paulo, tinha 500 filiados na maior cidade do país. Vem sendo muita luta para que pudéssemos apresentar uma chapa de bons candidatos a vereadora e a vereador, numa cidade em que o crime organizado financia a eleição desses candidatos, elegemos dois grandes quadros: professor Eliseu Gabriel, defensor da Educação, e Renata Falzoni, que é a principal na pauta de mobilidade no Brasil. Então, o PSB, num contexto muito adverso, cumpriu o papel importante da gente ter um grupo político sério, com pessoas que se movem por causas”, disse.


Para Tabata, faz falta ao Brasil um projeto progressista democrático, por isso, ela defende a importância do partido se destacar pelas entregas, pelas propostas, pelo fazer bem feito e por não ter preconceito com ideias diferentes. “As mais de 600 mil pessoas que votaram em mim e no PSB, votaram por coragem, por identificação, para dizer que existe um espaço para a mudança e eu acho que é esse espaço que o nosso partido tem que preencher,espaço de gente que quer coisa séria, quer boa proposta, quer time que sabe entregar, e nos próximos dois anos, quero construir base do nosso partido, são 645 municípios, para a gente ter uma baita chapa de federal e estadual. Estou muito sintonizada com a ideia de que a nossa maior eleição é daqui dois anos,que a gente precisa fazer o maior número possível de deputados federais. E eu vou rodar o Estado para que a gente possa construir o partido, trazer uma boa chapa e, se Deus quiser e eu continuar tendo apoio do partido, vir com mais força ainda para a prefeita daqui quatro anos”, afirmou.


“O que tentei fazer nos últimos dois anos na direção municipal foi construir partido, para a gente ter uma boa chapa, foi fincar esse local ideológico que eu acho que vem fazendo muita falta ao Brasil. Nós juntamos um baita time para o plano de governo, com quase 800 pessoas voluntárias, e eu pude estar nos 11 debates, ter um bom desempenho e fui a primeira colocada neles. E tudo isso foi porque eu tinha um partido, um grupo político, um grupo de boas pessoas me acompanhando”, apontou.

Fonte: Assessoria de Comunicação/PSB Nacional